'Pantanal': Cena em que Levi esfaqueia Tibério levanta debate sobre o estupro; saiba como denunciar
Após a tentativa de estupro de Levi, os personagens discutem sobre o que fazer com o agressor; Saiba porque é importante realizar a denúncia e onde fazer
O capítulo de Pantanal da última quinta-feira (26) foi marcado pela cena em que Levi (Leandro Lima) da uma facada em Tibério (Guito). Entretanto, o motivo pelo qual Levi desferiu o golpe em Tibério não tem sido amplamente discutido pelos telespectadores. O personagem interpretado por Guito é ferido após defender Muda (Bella Campos), que estava prestes a ser estuprada por Levi. As informações são do portal Yahoo.
VEJA MAIS
Mesmo tendo sido recusado diversas vezes, Levi insiste em transar com Muda, usando, inclusive, a força para intimidar a moça. Tibério consegue evitar o pior, mas sai ferido. Entretanto, apenas Irma (Camila Morgado) e Jove (Jesuíta Barbosa) tentam convencer Muda de prestar queixar pela tentativa de estupro. Outros personagens preferem deixar Levi preso na fazenda para que José Leôncio (Marcos Palmeira) decida sua punição.
O peão consegue fugir, e não responde pelo crime que cometeu. A cena levanta um debate a respeito do estupro, importante, pois no Brasil, uma mulher foi estuprada a cada dez minutos em 2021, segundo o relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. E uma das maneiras de combater o crime é realizando denúncias.
A importância de denunciar
É como Jove explicou na trama: quando uma mulher denuncia um ato de violência contra mulheres, a ação pode evitar que o mesmo aconteça com outras. O reforço se dá pelo fato de Muda viver em uma região afastada, sem muita informação, dificultando a denúncia. Outras personagens, como Juma (Alanis Guillen) e Filó (Dira Paes), nem mesmo acreditam que podem ser ouvidas pelas autoridades.
Por essa ser a realidade de muitas mulheres, o estímulo à denúncia é importante, para que a informação chegue para todas. Irma chama a atenção: "O que ele (Levi) fez tem nome e se chama estupro. Isso é crime! (...) A gente tem que prestar queixa. A gente passa um rádio, pede para ligar 180".
O que é estupro?
Segundo o Código Penal brasileiro, é “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. A pena é reclusão, de seis a dez anos. O estupro de vulnerável eleva a pena para um tempo entre 8 e 15 anos. Pessoas alcoolizadas que tiveram sua capacidade de resistência diminuída também são consideradas vulneráveis.
O que fazer caso seja vítima?
É necessário procurar a polícia ou ir até a delegacia. Será criado um Boletim de Ocorrência e a vítima irá para um hospital fazer exames e receber medicamentos para evitar a possível contaminação por doenças sexualmente transmissíveis, além da pílula do dia seguinte. O Boletim de Ocorrência é importante para que a vítima faça o exame de corpo de delito.
Em alguns casos, o crime é cometido por conhecidos, e a vítima tem medo de denunciá-los, ou até mesmo se dá conta de que foi estuprada algum tempo depois do abuso. Nesses casos, a vítima pode procurar redes de acolhimento, como o Mapa do Acolhimento.
Onde procurar ajuda?
- Disque 100: E o canal de denúncia da Mulher, Família e dos Direitos Humanos. O serviço funciona diariamente entre 8h e 22h, e serve como serviço de proteção a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Qualquer pessoa pode prestar queixa, seja maior ou menor de idade. Ao ligar, o denunciante relata o caso e eles realizam a denúncia. O monitoramento do Disque 100 entra em contato com você para dizer os próximos passos.
- Disque 180: Esse é o canal da Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência. É reservado para casos de abuso e agressão contra as mulheres e é anônimo. A denúncia pode ser feita durante 24hrs, do Brasil e de outros 16 países. Mulheres em situação de vulnerabilidade ou violência doméstica são recomendadas a recorrer a este canal primeiramente.
- Proteja Brasil: Canal de denúncias virtuais, o aplicativo Proteja Brasil é criado pela UNICEF. É gratuito e está disponível para Android e iOS. A denúncia é encaminhada e você também tem acesso ao endereço dos órgãos de proteção mais próximos caso você queira registrar a queixa em uma delegacia.
- Delegacia mais próxima: A vítima tem até seis meses para registrar um boletim de ocorrência segundo a lei, mas isso não significa que casos ocorridos a mais tempo não possam ser denunciados. O aconselhável é denunciar o mais rápido possível para ser realizado o exame de corpo de delito. Existem delegacias especializadas em crimes contra mulheres caso você se sinta mais confortável.
(Estagiário Gabriel Mansur, sob supervisão do editor executivo de OLiberal.com, Carlos Fellip)
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA