No dia nacional do circo, artistas falam sobre o amor pela arte e a rotina nos palcos do Brasil
A escolha da data tem a ver com a homenagem ao nascimento do palhaço “Piolin”, o maior ícone do circo no Brasil
Dos mais velhos até as crianças, é impossível não se encantar pela magia do circo. Amanhã é o Dia Nacional do Circo, e precisamos destacar ainda mais a importância dessa magia na vida das pessoas. A data comemorativa celebra esse importante lugar de cultura e lazer. A arte circense é bastante tradicional e se estabeleceu no Brasil ainda no século XIX. A escolha da data tem a ver com a homenagem ao nascimento do palhaço Abelardo Pinto, conhecido como “Piolin”, o maior ícone do circo no Brasil.
Para contar um pouco mais sobre essa arte e o dia a dia de quem faz o circo, o empresário e também artista circense Robert Stevanovich, dono do circo Americano, que está passando uma temporada em Belém, falou sobre algumas curiosidades da área. E o malabarista Mário Aires, artista brasileiro, que também segue o circo Americano na temporada falou sobre sua paixão pelo picadeiro.
Segundo Robert, os artistas são completamente apaixonados pelo que fazem, até porque “hoje o circo sobrevive de bilheteria, existem ainda alguns projetos públicos, mas é difícil chegar para todos. Então envolve muito amor”, destacou. O empresário, que também atua no circo como piloto do globo da morte, destacou que as cidades são escolhidas pela quantidade de pessoas propensas a ir ao espetáculo. “Nós não temos um roteiro certo de cidades, até porque há muitos outros circos pelo país e precisamos nos organizar para não acabar caindo no mesmo local”, explicou.
O empresário enfatizou ainda que hoje em dia, com a ajuda da internet é tudo bem mais fácil, até mesmo a escolha do elenco. “Antes nós precisaríamos viajar para vários países para fazer nossas seleções, agora podemos fazer de forma online e negociar o contrato com os artistas”. Robert, que é da sexta geração de uma família circense não esconde a paixão pelos palcos e por levar essa arte mágica para adultos e crianças.
“A vida itinerante pode até ser um pouco difícil porque você faz amizades e logo depois precisa ir embora, hoje é um pouco melhor com a ajuda da internet. Mas é triste ir embora. Porém, você está sempre em locais diferentes, conhecendo culturas diferentes, é muito enriquecedor. Colecionamos muitas memórias”, confessou. A estrutura do circo é montada em cerca de quinze dias com uma grande equipe não apenas de artistas.
Robert ressalta que eles sempre contratam pessoas locais para ajudar a levantar a estrutura do espaço. “Geralmente passamos até 90 dias em um mesmo local, porém depende muito também do nosso público. Se o público estiver gostando, vamos levando essa magia sempre”, concluiu.
Como comentado anteriormente por Robert, a atividade do circo no Brasil ganhou uma dimensão familiar. O ofício de palhaço, malabarista, acrobata é ensinado de pai para filho. O circo vai assim atravessando gerações, que dele extraem o sustento para toda a família. A pandemia colocou um desafio inédito para toda essa comunidade, que atualmente se reinventaram ainda mais para recuperar os prejuízos impostos no mundo inteiro.
Para, Mário Aires, malabarista e piloto do Globo da Morte, trabalhar com circo é um sentimento de amor único. “Eu vivo do circo desde pequeno, sempre olhava os mais experientes se apresentarem e ficava sonhando com aquilo”. O artista aconselha as pessoas que sonham com isso, irem em frente acreditando que é possível.
“Não é preciso limites, basta buscar conhecimento, uma área aonde mais se identifica e sonhar”, destacou. Mário relata que a rotina de uma pessoa que trabalha com circo é normal como todas as outras. “Tenho meu momento de levar meu filho para a escola, de ensaiar até chegar a hora da apresentação”.
O artista faz questão ainda, de ressaltar que não sabe mais viver longe dos palcos. O Circo Americano está armado no estacionamento do shopping Bosque Grão Pará, pela primeira vez na capital paraense. E conta com banda ao vivo, dança acrobacias, palhaços e show de freestyle motocross.
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