Luís Girard canta Vavá da Matinha em noite de gafieira no Espaço Cultural Apoena

No show "Gafieira do Vavá - Nos Tempos de Osvaldo Oliveira", o cantor Luís Girard revive a nata da gafieira com os grandes sucessos de Vavá da Matinha que marcaram a música popular brasileira. Será nesta sexta-feira, 22, no Espaço Cultural Apoena, a partir das 22 horas.

O paraense que alcançou fama nacional entre o final dos anos 50 e 60 com interpretações e composições influenciados pelos ritmos caribenhos que embalaram a música paraense, é o homenageado da noite. "Resolvi relançar o Vavá. É emocionante ver o quanto o cara era bom (ele faleceu em 2010 aos 75 anos). Uma obra muito simples, porém muito sofisticada, que superou o artista e guardou o poder de sedução. A gente vê nos shows como a música dele toca as pessoas. Realmente genial", descreve Girard.

O show vai reviver as festas de gafieira e os grandes sucessos de Vavá da Matinha, como o bolero "Só Castigo", que foi regravado por vários artistas, principalmente da cena do brega, nos anos 70. Além de outras como o forró "Secretária do Diabo", gravada por Jackson do Pandeiro, e "Este ano eu irei a Belém do Pará", que fala sobre a cena urbana da capital paraense.

A obra de Vavá é vasta em ritmos regionais, aborda o merengue, cúmbia, salsa, inovou com um samba paraense e também certa influência de reggae, mas, especialmente, foi no bolero que ele tornou-se um impoirtante influnciador do surgimento do brega.

 A ideia de montar um show com as músicas de Vavá surgiu depois que Girard cantou em gafieiras cariocas, há poucos anos. "Voltei a Belém com a vontade de fazer gafieira. Quando fui montar o repertório, fui pesquisar as músicas do Vavá da Matinha e ele acabou 'roubando' o projeto pra ele", brinca. "Peguei a coleção do Vavá e fechei num programa só, justamente para gerar o ambiente da gafieira, que são temas dançantes como o merengue, samba, bolero e a cúmbia", conta. 

O show tem a direção musical e arranjos de Manassés Malcher. No palco, Girard vai estar acompanhado de Diego Xavier (violão Sete Cordas e bandolin), Taylan Pereira (baixo), Felipe Ricardo (saxofone), Gerson Levi (trompete) e Manassés (trombone).

História

Osvaldo Oliveira ganhou o apelido de Vavá da Matinha no início da carreira, quando se apresentava na Era de Ouro do Rádio, na PRC-5 (Rádio Clube), em Belém. No final dos anos 50, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde firmou a carreira nacional e gravou mais de 60 álbuns entre compactos, LPs, fitas cassete e CDs.

Nas décadas de 1960 e 1970, Vavá inovou a música brasileira com o sotaque nortista e a versatilidade rítmica regional. "Nessa época, ele criou um estilo de gafieira genuinamente paraense. Num certo sentido, ele foi o primeiro autor a conseguir traduzir em sua obra uma estética musical urbana do Pará", descreve Girard, que pesquisou a vida e obra do artista.

Entre os sucessos que Vavá lançou, está "A Deusa do Mercado São José", o primeiro merengue a ser gravado com letra. Porém, nos anos 80, Vavá caiu no esquecimento. Ele foi redescoberto vendendo bombons na porta de uma escola em Castanhal, poucos anos antes de morrer. A Secretaria de Cultura e a Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa/ TV Cultura) trouxeram o artista para Belém, onde gravou um CD e DVD em show ao vivo no Teatro Estação Gasômetro.

Serviço:

"Gafieira do Vavá - No Tempo de Osvaldo Oliveira", show de Girard
Data: sexta-feira, 22, às 22 horas
Local: Espaço Cultural Apoena (Tv Duque de Caxias, 450, Marco)
Ingresso a R$ 15 à venda no local