AQNO lança o álbum de estreia 'O Retorno de Saturno'
O single do projeto, 'Desaglomerô', lançado há dois meses com videoclipe atingiu 25 mil acessos.
O cantor e compositor AQNO, de Marabá, lança o álbum de estreia “O Retorno de Saturno” na quarta-feira, 27, nas plataformas de áudio. O projeto dançante passeia pelo brega paraense, o reggae do Maranhão e a sonoridade pop eletrônica contagiada por ritmos latinos ao longo de 11 faixas autorais. O single “Desaglomerô”, carro-chefe do disco que foi lançado com videoclipe, no último mês de agosto, atingiu 25 mil acessos.
Ouça aqui a partir da quarta-feira, 27.
“É um álbum latino amazônico, de uma musicalidade muito acessível para as pessoas que curtem gêneros musicais distintos, não é ‘nichado’, é bem pop”, classifica AQNO. O artista Diego Aquino, o AQNO, de 33 anos, natural de Gurupi, no estado do Tocantins, canta desde criança, mas somente em 2013 passou a concorrer em festivais e a se apresentar em bares e casas de espetáculo de Marabá. Em um desses festivais, ele classificou a canção “Não Sou Pra Casar”, a única faixa não inédita do disco, uma cúmbia com beats eletrônicos que já teve versões em salsa, reggaeton e carimbó.
As composições de “O Retorno de Saturno” refletem a trajetória pessoal tomada de desafios e autoconhecimento de um artista gay que vive com o HIV. “O disco é uma autobiografia musical, que me retrata de forma crua, minhas histórias, amores e desamores”, revela o artista. A produção musical é de Sandoval Filho. O projeto teve o incentivo da Lei Aldir Blanc por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
O título do álbum tem inspiração em astrologia, na qual o retorno de Saturno tem significado de transbordamento de problemas voltados ao crescimento pessoal. Não por acaso, a faixa de abertura se chama “Mapa Astral”. É sertanejo inspirado em Luiz Gonzaga e João do Valle, com base em sons psicodélicos e letra que brinca com os signos do zodíaco.
“’Desaglomerô’ é a música mais pop do disco, que sintetiza o intercâmbio cultural entre o Pará e o Maranhão”, comemora AQNO, que produziu a faixa de brega com reggae numa imersão no estado vizinho. “O clipe tem uma estética moderna. A música fala do isolamento, do afastamento emocional, de carência, ansiedade, saudade e expectativa de reencontro. Esses sentimentos foram potencializados na pandemia, mas a música pode se aplicar a qualquer momento de solidão”, resume.
O disco traz, ainda, “Cigana”, brega nordestino de estilo Reginaldo Rossi com acordeon e referência à “Libertango”, de Grace Jones; “Treta”, um rock dos anos 70, influenciado por Raul Seixas e mesclado ao forró de bandas clássicas como “Magníficos” e “Limão com Mel”, apimentados por metais; “Boy Lixo”, bachata com beats eletrônicos, violão, solos de guitarra, bandolim e metais; “Tô Em Outra”, balada soul romântica; “Devagar”, blues com beats eletrônicos que evolui para um instrumental com órgão, piano e baixo; o funk “Incubus” tomado por metais, backing vocal e groove, com letra sobre antigas feridas; “Sanguessuga”, faixa que transita entre o pop anos 80, country tecnomelody; e “Don’t Say Goodbye” encerra o álbum com inspirações em Letrux e Lady Gaga, uma música de interior com pegada eletrônica.
“Eu queria trazer para o disco essa brincadeira da astrologia, mas decidi ir mais fundo, colocando músicas de processos emocionais mais difíceis, resolvi falar de caos e veio o tema do retorno de saturno´”, conta. Esse planeta leva 30 anos para dar uma volta em torno do sol e a passagem dele pelo signo é marcada por momentos difíceis e evolução. Outro símbolo do projeto pé a cigarra: “Eu também trouxe o som de cigarra, mais etéreo. É um inseto que pode passar até 17 anos sob o solo esperando o momento de sair da carapaça para cantar”, define.
Sandoval Filho também assina os sons da guitarra, baixo, teclados, bateria, violão, acordeon e bandolim, além da gravação, mixagem e masterização. Outros músicos que estão no álbum são Derkian Monteiro (trombone), Sarah Byancci (saxofone), Thalysson Nicolas (trompete) e Dark Brandão (percussão).
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