Alcione e Jorge Aragão se apresentam em Belém

A cantora maranhense falou com exclusividade a O Liberal sobre o show comemorativo aos 50 anos de carreira.

Enize Vidigal
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Dois ícones do samba nacional, Alcione e Jorge Aragão, fazem shows em Belém, no próximo sábado, 2, na sede campestre da Assembleia Paraense, a partir das 20h30, com abertura de Arthur Espíndola.  A Marrom apresenta o repertório comemorativo aos 50 anos de carreira com o show “Tijolo por Tijolo”. “Serão muitos hits, que os fãs adoram, pedem, e gostam de cantar comigo. ‘Meu ébano’, ‘Não deixe o samba morrer’, ‘Estranha loucura’, ‘A Loba’, e por aí vai…”, antecipa a cantora em entrevista exclusiva a O Liberal. Já Aragão, que fará um show separado, vai se apresentar novamente no domingo, 3, no clube Bancrévea, a partir das 14h.

Alcione volta a Belém para uma nova apresentação após quatro anos. “Eu adoro essa terra bonita (Belém), que respira fé e religiosidade. Vai ser uma alegria poder comemorar com os fãs paraenses os meus 50 anos de carreira”, declara a artista. “Tenho muitas e ótimas recordações de Belém. A região é linda, culturalmente pródiga e multifacetada, o povo é gentil e acolhedor… A culinária? Ah, é de se comer rezando…”, destaca.

No início da carreira, ela se apresentava em bares do Maranhão, de onde é natural, e se mudou para o Rio de Janeiro a fim de se firmar na cena nacional. “O que marca a data (das bodas de ouro) é o lançamento do meu primeiro compacto simples, em 1972, com as canções ‘Figa de Guiné’ (Nei Lopes e Reginaldo Bessa) e ‘O sonho acabou’ (Gilberto Gil). Antes, eu cantava na noite, mas o marco é a gravação do disco de estreia”, conta.

O início dessa trajetória não foi fácil. “Tive que romper várias barreiras para poder vir para o Rio, tentar a sorte. Mas aqui (no Rio), tive a felicidade de cantar em algumas das melhores casas noturnas. Foi uma grande escola e conheci muitos amigos, como Emílio Santiago, Djavan e Áurea Martins”, recorda. 

Obter reconhecimento foi desafiador por ser mulher, negra e nordestina, mas o fato de tocar trompete também pesou: “Quando descobriram que eu tocava trompete, só queriam que eu tocasse porque, naquela época, era muito inusitado ver uma mulher tocando um instrumento, principalmente, de sopro.”

O sucesso brinda a cantora por longo período com muitos sucessos, com destaque a “Não deixe o samba morrer” (Edson Conceição e Aloísio Silva), de 1975. “Graças a Deus são muitos sucessos, mas parece que ‘Não deixe o samba morrer’ virou quase um hino para a galera do samba”, observa. Alcione gravou muitos álbuns, que renderam 26 discos de ouro, 7 de platina, 3 DVDs de ouro e um de platina, além de mais de 350 premiações, sendo 21 do Prêmio da Música Brasileira e um Grammy Latino por Melhor álbum de samba/pagode, em 2003, além de títulos como “Melhor cantora popular” concedido pela Academia Brasileira de Letras, “Personalidade Negra das Artes” pelo Conselho Internacional de Mulheres e “A Voz da América”, pela ONU.

O nome do show faz alusão à música homônima, que é a faixa-título do álbum lançado em 2020. “A música excelente de Serginho Meriti em parceria com o Claudemir, tem esse recado certeiro. Eu sempre quis ter uma carreira e não fazer apenas sucesso, que é uma coisa imediatista. Construí minha trajetória assim, aos poucos, de tijolo em tijolo conforme menciona a canção”. 

O paraense Arthur Espíndola abre a noite com o show do novo DVD, “Ao vivo na Caboca”, que será lançado em junho próximo com clássicos do samba e as músicas autorais, como “Tempo Deus, “Pra parar de sofrer” e “Chova tudo o que tem que chover”. Em seguida, Jorge Aragão se apresenta. O lançamento mais recente do cantor e compositor carioca foi “Jorge 70: Ao vivo em São Paulo”, em 2020, recheado de sucessos da carreira, como “Coisinha do pai”, “Vou festejar” e “Malandro”.

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