Morre o cineasta paraense Paulo Miranda, diretor de documentários sobre a Amazônia

Belenense falava nas suas obras do homem amazônico, realidades marajoaras,

O Liberal
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O cinema paraense se despede do diretor Paulo Miranda. Seu óbito foi confirmado pela Secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal, em uma postagem no seu perfil no Instagram.

“Cineasta negro, da Vila da Barca. Oito longas. Durante a 4ª Conferência Nacional de Cultura, demonstrou seu compromisso com a cultura paraense e brasileira ao liderar o processo de articulação junto aos demais estados da Amazônia, que resultou na inclusão do ‘fator amazônico’ em todas as deliberações da Conferência. Vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura do Pará, estava em tratamento de saúde e, mesmo acamado, participou conosco, de maneira virtual, de uma reunião, na semana passada. Foi incansável no apoio aos municípios durante a implementação da Lei Paulo Gustavo”, escreveu.

“Nosso querido colega de sonhos e de lutas @paulo_miranda_dir Paulo partiu neste 13 de maio, deixando imensa tristeza e silêncio na cena cultural do Pará… Nosso abraço aos filhos, familiares e amigos deste valoroso cineasta paraense”, conclui a postagem.

Paulo Miranda nasceu em Belém, no Pará. Suas atividades no audiovisual iniciaram em 1986, no Projeto TV Juventude, desenvolvido pelo Centro de Estudos, Documentação e Informação de Base, em Belém. Esse foi o ponta pé inicial do profissional no cinema.

O cineasta se dedicou ao trabalho de pesquisa, experimento e realização de obras audiovisuais, com destaque ao homem amazônico e sua realidade sociocultural.

Um dos projetos que merece destaque é o “Missão Mapuá”. Quinto longa-metragem de ficção de Paulo Miranda, que tem também em sua filmografia, alguns documentários, entre os quais está “O Ajuntador de Cacos”, sobre o padre Giovanni Gallo, fundador do Museu do Marajó. 

Em “Missão Mapuá”, Paulo Miranda se propõe a levar seus espectadores por uma interessante viagem ao Marajó de meado do século XVIII, no tempo em que as grandes nações aruaques eram senhoras do arquipélago, pois é nesse cenário que se desenvolve a trama do encontro de Isabelle (Lucinha Baia),  jovem remanescente da família Breves, com Boyrá (Mileyde Giovana), uma jovem guerreira Mapuá, que permanece guardiã das terras ancestrais do seu povo. O encontro entre as duas personagens é o fio condutor da trama onde o diretor procura discutir a política de ocupação lusitana da Amazônia (Grão-Pará e Maranhão), o papel da Igreja e as estratégias de resistência indígena. 

 

 

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