Monteiro Lobato possibilita discussão contra racismo e preconceitos com o público infantil

Em sua homenagem é criado o dia 18 de abril, dia do livro infantil.

Bruna Lima
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Polêmicas à parte, Monteiro Lobato é considerado o grande marco na história da Literatura Infantil em nosso país. Ele foi o primeiro escritor que buscou escrever com uma linguagem mais apropriada para o universo infantil. Sua obra entrega traços peculiares de humor, transbordando o leitor para outros mundos. Em sua homenagem é criado o dia 18 de abril, dia do livro infantil.

O escritor escreveu em outro tempo, no qual o contexto do racismo era ainda mais forte. Ser a frente do seu tempo não o salvou de preconceitos com os outros de sua época. O livro "Caçadas de Pedrinho" quase já foi proibido, pois o personagem Pedrinho se dirige ao Tio Barnabé desrespeitosamente. Além de outras obras.

Myrle Santa Brigida, Professora na Biblioteca "Heliana Barriga" da Escola Municipal Ernestina Rodrigues e contadora de histórias, explica que levar Lobato para a sala de aula é uma grande oportunidade para discutir, desde cedo, temas como racismo e discriminação.  

“Na minha opinião não é motivo para cancelar o acesso à sua obra, mas considero oportunidade para debatermos sobre comportamento racista, oportunidade do exercício da crítica para criarmos contra discursos para seguirmos inventando um mundo mais humano, diminuindo ou até eliminando o sofrimento humano sempre que possível, necessário para uma sociedade saudável de relações respeitosa entre diferentes. Precisamos acreditar que é possível para seguirmos em frente”, destaca a professora.

Com relação a mudança da literatura infantil ao longo do tempo, Myrle Santa Brigida explica que hoje tem-se um universo diversificado de gêneros literários para o público infantil como: poemas, contos, crônicas, fábulas, biografias, mitos, clássicos infantis. Mas ela pontua que Lobato permanece atual, seja pela erudição, pelo humor e o que inaugurou pensar na literatura de forma focada para o público infantil.

“Tenho dificuldades de estabelecer certas comparações, pois a diversidade de gêneros e estilos estabelecem diferentes escritores com identidades e perfis diferentes, e outros ainda que buscaram outros gêneros e estilos que ainda não tinham sido experimentados. Aproveito para ressaltar que em Belém temos um rico acervo de escritores paraenses para crianças que precisam ser cada vez mais divulgados e ofertados como Heliana Barriga, Telma Cunha, Cris Rodrigues, Daniel da Rocha Leite, Giselle Ribeiro, Linda Ribeiro, Paulo Maués, Antônio Juraci Siqueira, Maciste, entre outros, literatura da melhor qualidade escritas por cá. Literatura infantil possibilita acessarmos representações identitárias com as quais nos reconhecemos ou não. Assim elaborando e criando nossa identidade pessoal”, ressalta a professora.

Monteiro Lobato nasceu em 18 de Abril de 1882 em Taubaté, em São Paulo. Suas histórias repercutiram na época, ganhando, em 1930, versão novelesca para o rádio e posteriormente para televisão adaptado pela escritora Tatiana Belinky.

 

 

 

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