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Moara Tupinambá participa da 9ª edição da Exposição da Paulista

Na série, a artista trata sobre as mulheres (kunhãs) que lhe inspiram e que considera mães

Bruna Lima
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Seis jovens artistas de diferentes origens ocupam a Avenida Paulista com suas obras na 9ª edição da Exposição da Paulista, entre elas, está a paraense Moara Tupinambá, que apresenta painéis intitulados: “Mamãe, Vovó, Prima Lucilene, Cris e Deusa do Mairi”. A iniciativa é da União Geral dos Trabalhadores – UGT. O tema da exposição de 2023 é Democracia, Paz e Trabalho, que justifica a opção por artistas mulheres. A curadoria Baixo Ribeiro, nome chave na consolidação da streetart no país e fundador da Galeria Choque Cultural, que pensa a arte unindo a rua e os artistas.

Na Exposição, Moara apresenta cinco painéis intitulados: Mamãe, Vovó, Prima Lucilene, Cris e Deusa do Mairi. Nesses painéis, retrata ao seu modo, por meio da colagem de elementos simbólicos, algumas pessoas-entidades que foram responsáveis pela sua formação, seja pelos primeiros cuidados, pela educação cultural ou pela influência espiritual. Ao falar de cuidados, a artista fala das pessoas e também da terra porque, como diz “na cosmologia indígena, o planeta está em plena conexão com todos os seres’.

“Nesta série trouxe as mulheres (kunhãs) que me inspiram, que consideram minhas mães que cuidaram de mim, que fazem parte da minha vida e da construção do que eu sou hoje. Minha mãe, a Socorro, mulher Tupinambá que me deu a oportunidade de conhecer este mundo e é grande parceira na luta contra o apagamento da nossa identidade indígena”, explica a artista.

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Ainda sobre essas mulheres, Moara completa. “Minha prima Cris, que é de Cucurunã, vem do meu tronco paterno, que me ensinou a desenhar e se apaixonar por botânica e todos os não - humanos da floresta. Minha prima Lucilene, também do tronco paterno, filha da comunidade de Cucurunã, que cuidou de mim, hoje ela é uma importante liderança na agricultura familiar de Santarém. E a Deusa, uma mulher alquimista, que também me conectou com as medicinas e com os saberes da floresta. E por último a minha avó Maria de Cucurunã, que era farinheira, rezadeira, benzedeira, artista e artesã, é minha ancestral que já se encantou e que continua sendo a mãe de todos nós”, detalha.

Nas artes visuais, a artista Moara Tupinambá trabalha com pesquisa sobre o etnocídio que a nação Tupinambá sofreu em todo o tempo de invasão. “É um trabalho que envolve história, antropologia e a resistência indígena em contexto urbano”, explica.

Para expor suas lutas, a artista utiliza de multiplataformas como desenho, pintura, colagens, instalações, vídeo-entrevistas, fotografias e literatura para mostrar sua poética que percorre pela memória, identidade, ancestralidade, resistência indígena e pensamento anticolonial.

O curador geral de toda a série, Fernando Costa Netto, da DOC Galeria, destaca: “Esse ano teremos, pela segunda vez em nove edições da Paulista, um curador convidado. Baixo Ribeiro é um cara que trabalhou muito bem a geração de artistas pós 1980 e que traz para a Paulista seis jovens de diferentes regiões do país para essa muito prazerosa missão”, diz.

A Exposição da Paulista ocupará a avenida símbolo da cidade, que além da vocação para negócios, é um espaço que congrega diversas instituições culturais. As demais artistas que fazem parte da exposição são: Catharina Suleiman, Erica Mizutani (aka Mizu), Moara Negreiros (aka Moka), Soberana Ziza e Talita Hoffmann

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