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MC Íra lança single sobre o empoderamento da mulher negra no meio artístico

“Vinguei” é o segundo da série de singles inéditos lançados pela parceria entre a Psica Produções e a Warner Music Brasil

Thainá Dias

Empoderar mulheres é uma das principais missões do trabalho da MC Íra, que está novamente denunciando os efeitos do racismo na autoestima da mulher preta e reforçando a importância da artista amazônica em seu novo projeto. Um ano após o lançamento do EP de estreia “Opala”, a cantora mostra a influência do candomblé na letra e o trap na sonoridade em “Vinguei”, seu novo single. Com videoclipe gravado em Curitiba, no Paraná, o lançamento chega hoje ao público e é o segundo da série de singles inéditos lançados pela parceria entre a Psica Produções e a Warner Music Brasil.

Segundo a artista, “eu gosto de escrever sempre sobre as coisas que acontecem na minha vida, como uma reflexão. E quando escrevi essa música, eu estava em um desses momentos, do duplo sentido da vingança. Então pensava sobre o fato de chegar a outro patamar, eu como uma menina preta, conseguir ascensão, ter um reconhecimento como artista e como isso é difícil dentro de uma estrutura racista, então ‘se dar bem’ chega a ser como uma vingança, uma evolução”, explicou.

A cantora ressalta ainda que “através do meu trabalho, eu busco abrir margens para que outras meninas se sintam capaz de sonhar alto, de realizar, e saber aonde é nosso lugar, que podemos viver uma vida prospera e estar em todos os espaços que queremos. É uma música essencialmente sobre aquilo que vivo. Canto sobre o empoderamento de nós, mulheres negras, sobre amar outra mulher negra dentro desse meio artístico, onde somos ainda mais questionadas e vítimas de uma estrutura racista. Mas temos sonhos e conquistas mesmo em meio a tudo isso. Não podemos deixar de celebrar nossas vitórias e ajudar aquelas que estão chegando lá”, contou a MC.

 

Com um trabalho marcado por vivências que passam pela denúncia do extermínio da juventude negra e críticas ao racismo e à realidade do povo brasileiro, a rapper paraense condomblecista ainda fala sobre religião na nova música. “Falo de Ogum, um orixá conhecido por ser guerreiro. Os filhos dele não são diferentes. É uma energia que, sem dúvida, nos inspira na nossa luta diária, para se ‘vingar’ da estrutura racista, vencendo na vida. Por isso a importância de levantar o nome dessa divindade na música”, concluiu a artista.

Maíra Mendes Rocha Gomes, conhecida como Íra, iniciou na música em 2019 como produtora de música e poesia para outros rappers, além de desenvolver trabalhos fotográficos de videomaker e colagem. Ela produziu o Battle Girl Power, batalha que fomentou a cena do rap feminino em Belém. Em abril de 2020, assumiu a própria carreira de MC e compositora, lançando o primeiro single “Flow Vira-Lata”. Em abril de 2021, a artista lança o EP “Opala”, com cinco faixas autorais. O trabalho rendeu à MC uma apresentação na 9ª edição do Festival Psica, junto aos rappers amazônicos Drin Esc, Urb4no, Íra, o trio DaBruxa Clan, Yanna Mc, MC Super Shock, Kurt Sutil e os DJ’s Morcegão e Navi Beatz.

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