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Livro do escritor paraense Edyr Proença vai virar minissérie da Netflix

A obra “Pssica” está em fase de produção e vai ser gravada no Pará

Kamila Murakami
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O Pará está no centro das discussões ambientais, virou trend nas redes sociais com o hit “Voando pro Pará” e, agora, avança no cenário das grandes produções audiovisuais. Nesta quarta-feira (5), a Netflix anunciou que o livro “Pssica”, do escritor paraense Edyr Augusto Proença, será adaptado em formato de minissérie. A plataforma informou que o material vai ter o Pará como cenário e as gravações devem iniciar em breve.

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Andrea Barata, da O2 Filmes, é a responsável pela produção da minissérie, que conta com direção de Fernando Meirelles e do filho, Quico Meirelles. De acordo com os autores, a ideia foi trabalhar ao máximo com profissionais paraenses. Ao todo, mais de 150 artistas do estado estão envolvidos na produção.

O livro “Pssica”, publicado em 2015, conta a história de Janalice, Preá e Mariangel. A trajetória dos personagens se mistura ao longo da trama, em um enredo que promete prender o público até o fim, com a narrativa que aborda a “pssica” - ou seja, um tipo de maldição - que teria assolado o trio.

A jovem Janalice é uma vítima de tráfico humano; enquanto Preá - que é lider de um grupo de piratas fluviais chamados “Ratos D’Água” - trava uma luta contra o prórpio destino. Mariangel, por sua vez, se junta à história devido ao desejo de vingar o assassinato da sua família. O cenário da trama se passa nos rios da Amazônia atlântica.

Jornalista, radialista, dramaturgo e escritor paraense, Edyr Proença é um dos grandes nomes da literatura paraense. Em suas obras o autor tem como característica os romances policiais contemporâneos que têm o Pará como ambientação. Dentre as os livros escritos pelo autor, além do “Pssica”, estão: “Os Éguas (1998); “Moscow (2001); “Casca de Caba” (2004); “Um Sol Para Cada Um” (2008) “Selva Concreta (2012); e “Belhell (2020)”.

Edyr conta que o diálogo para a adaptação do livro - que tinha como ideia inicial ser transformado em filme - começou há cerca de quatro anos, a partir de uma viagem que Fernando Meirelles fez para a capital paraense. “Durante a estadia dele aqui, uma pessoa apresentou um livro meu para ele. Depois nós nos encontramos e ele me disse que leu os meus sete livros e gostou muito”, diz.

Segundo o autor, foi nesse período que os direitos sobre o material literário foram vendidos para a 02 Filmes, que se tornou responsável pela produção. Edyr explica que de lá para cá o contrato foi renovado algumas vezes, enquanto o roteiro da produção era construído e ajustado.

Com a gravação prevista para começar em breve, o escritor disse estar animado e confiante no resultado da adaptação. “Eu estou muito feliz com tudo isso. É outro gênero, outra premissa. Às vezes uma página inteira do livro cabe em um minuto e meio de gravação e nós temos que respeitar”, diz.

Edyr comenta que não vê problemas em possíveis mudanças para ajustar a obra ao formato de minissérie, uma vez que a maneira de conduzir o material para a plataforma “Eu confio no trabalho do Fernando e não tenho problema caso seja feito alguma mudança ou outra. Tenho muita confiança e creio que o melhor dos horizontes está à vista. O mais importante é chamar a atenção para os fazedores de cultura”, expressa.

“As pessoas que leem os meus livros costumam dizer que eles já são um roteiro pronto. Mas, eu digo que não. A literatura é outra coisa e enseja que o próprio leitor crie seu próprio filme. Já o cinema, o audiovisual, tem a possibilidade de expandir o horizonte da obra”, completa o escritor.

Para a construção dos personagens principais da trama - Janalice, Preá e Mariangel - o escritor conta que levou alguns anos analisando produtos jornalísticos e casos do dia a dia paraense que serviram de inspiração na hora de criar os enredos pessoais de cada um.

“Durante dois, três anos eu guardei notícias dos Ratos D’Água e sobre o tráfico humano aqui em Belém. Porém, eu precisava de um gancho para iniciar a história. Foi em uma conversa com um amigo que surgiu a ideia. Esse amigo me contou a história de uma jovem, que depois do término do relacionamento teve um vídeo íntimo divulgado pelo ex-namorado. Foi daí que veio a inspiração para o início da história da Janalice”, recorda Edyr.

Com a aproximação da COP-30, que será realizada em Belém no ano que vem, o Pará tem se tornado o grande assunto no centro das discussões internacionais, sobretudo no que diz respeito às vivências, à relação com a Amazônia, à arte, à cultura e à gastronomia.

Agora, com os olhos do mundo voltados para o estado, o autor frisa que o momento é de valorizar o que é da terra. “Nós temos que ter cuidado com gente que nunca veio aqui e quer falar da Amazônia. Nós temos muitos profissionais, muita técnica, embora ainda falte apoio suficiente. Mas, eu espero que - de maneira geral - a gente consiga dar visibilidade para a arte, para os negócios e para tudo que a gente faz aqui”, aponta.

“Nós temos escritores, atores, artistas plásticos e grandes profissionais de diferentes áreas que podem ganhar a partir dessa visibilidade”, complementa Edyr.

As obras escritas por Edyr Augusto o fizeram ultrapassar a fronteira do norte com o resto do país e chegar até a outros países do mundo. Em 2015, na França, o autor paraense foi o grande vencedor na categoria “Melhor Romance Estrangeiro” do prêmio Caméléon, com o livro “Os Éguas”. A partir de então, os romances do escritor são traduzidos para o francês.

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