Letícia Cazarré explica doença da filha e espera diminuição de sequelas; entenda Anomalia de Ebstein
Maria Guilhermina, de um ano, já passou por vários procedimentos médicos devido à cardiopatia
A jornalista brasileira Letícia Cazarré, de 39 anos, publcou no seu Instagram um panorama sobre a situação da filha Maria Guilhermina, de um ano, fruto de seu casamento com Juliano Cazarré, de 42 anos.
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Em tom de desabafo, ela explica os procedimentos feitos na criança, que tem lesões decorrentes da anomalia de Ebstein, uma cardiopatia que atinge uma a cada 10 mil crianças no mundo: "Minha filha Maria Guilhermina de Guadalupe também depende de um respirador para viver. Ela também teve lesões neurológicas que danificaram partes do seu cérebro. Ela não consegue engolir, nem se alimenta pela boca (ainda!). Mas nenhum médico brasileiro jamais se atreveu a prever que ela não vai conseguir recuperar parte ou todas as funções. Pelo contrário, todos eles falam sobre plasticidade cerebral e todos lutam para ver Maria Guilhermina avançar cada vez mais rumo à independência", escreveu.
A plasticidade cerebral é a capacidade que o corpo humano possui de regenerar seus neurônios e se adaptar a ambientes e estímulos externos durante toda a vida, sobretudo aos seis anos. A esperança da jornalista é de que as lesões no cérebro de Maria Guilhermina desapareçam, diminuindo as sequelas da anomalia.
Anomalia de Ebstein
Em entrevista para a Revista Quem!, a cirurgiã cardiológica Beatriz Furlanetto, do Hospital Infantil Sabará, explica que a Anomalia de Ebstein é uma cardiopatia rara da válvula tricúspide e afeta apenas um em cada 10 mil bebês (meninos e meninas igualmente). Tem ampla gama de severidade, de leve à moderada e grave.
Quando ocorre Anomalia de Ebstein, a válvula tricúspide é malformada e fica posicionada em uma posição muito baixa, permitindo que o sangue escape para trás a partir do ventrículo para o átrio. Essas anormalidades causam aumento do átrio e "atrialização" do ventrículo direito, levando à insuficiência cardíaca congestiva, um back-up do fluxo sanguíneo que resulta em acúmulo de líquido nos pulmões; e a um fluxo insuficiente de sangue vermelho para o corpo (síndrome de "blue baby").
Durante a gestação de Juliana, os médicos perceberam que o caso de Maria Guilhermina era um dos mais raros e graves da anomalia e , por isso, o parto foi realizado em São Paulo.
De acordo com a médica, as formas graves do defeito podem causar um aumento tão grande do coração, até mesmo pré-natal, que ele enche a cavidade do peito do bebê e ocupa as áreas dos pulmões, que acabam por ficar muito pequenos. Assim, casos extremos acabam por não ser apenas um problema de coração, mas, sim, um problema de coração-pulmão. O prognóstico para esses casos não é favorável, já que, pelo tempo que o bebê nasce, já há danos pulmonares irreversíveis. A boa notícia é que tais casos graves são bastante incomuns. Muito mais comuns são as formas mais leves da doença, que são tratáveis, geralmente com prognósticos favoráveis.
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