Leitores criam memórias afetivas ligadas a Feira Pan-Amazônica do Livro que ultrapassam gerações

A edição deste ano da Feira do Livro está marcada para ocorrer nos dias 9 a 17 de setembro

Amanda Martins
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A Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes é um evento que há anos tem marcado a vida de inúmeros leitores e amantes da cultura literária. Para as irmãs Amanda e Beatriz Larêdo, a feira não é apenas um evento anual, mas sim um marco em suas vidas, repleto de memórias afetivas e momentos inesquecíveis. A paixão pelas letras e pelos livros foi cultivada desde cedo na família Larêdo, e a feira se tornou um evento aguardado ansiosamente a cada edição. Este ano, ela está marcada para correr entre os dias 9 a 17 de setembro. 

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Amanda relembra com carinho os primórdios da Feira do Livro, antes mesmo dela ser realizada no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. “Começamos a frequentar a feira em 2006, quando era o Centro de Eventos Júlio César. Lembro que era apenas um espaço coberto por uma lona, uma estrutura bem inferior à que conhecemos hoje. Tínhamos 7 e 9 anos de idade”, disse a advogada que hoje possui 25 anos. 

Para a historiadora Beatriz, de 24, a Feira do Livro é um evento obrigatório no calendário. A única vez que ela e a família deixaram de comparecer foi na edição que ocorreu em 2021, por conta dos cuidados em relação à pandemia da covid-19. 

image Beatriz, Amanda, José e Sarah Larêdo (Carmem Helena / O Liberal)

"Lembro do primeiro ano em que ela foi realizada no Hangar, em 2007. Muitas pessoas ficaram lá pela frente aguardando o momento de inauguração e, por motivos de segurança ou organização, o Centro de Convenções não abriu no horário previsto e isso trouxe certa indignação do público... Após o transtorno, as portas abriram e foi um grande momento, pois a feira estava linda e ampla, muito mais organizada e bem distribuída entre os estandes e painéis”, relembrou Beatriz. 

image José destaca como o evento literário contribuiu para a formação de Sarah, Amanda e Beatriz como leitoras (Carmem Helena/ O Liberal)

Além dos livros,  a Feira também proporcionou experiências únicas e encontros significativos para as irmãs. Para Amanda, um dos momentos mais marcantes eram os torneios de xadrez organizados no evento que contavam com participações de pessoas de todas as idades, gerando uma troca mútua. 

Em 2023, ir ao evento se torna ainda mais especial para as duas irmãs já que, o escritor, jornalista, advogado e tio das jovens, Salomão Larêdo foi escolhido para ser um dos homenageados da 26ª edição da feira. 

“Enquanto amazônidas e sobrinhas de um escritor paraense, o encontro com escritores da nossa região era um momento muito aguardado, pois sempre fomos ensinadas a valorizar o que é nosso antes de valorizar o que é de fora”, disse Amanda.

As memórias afetivas também se estendem à busca por livros e a sensação de estar rodeada de histórias. Beatriz contou que sempre gostou de passar por todos os estandes, participando do máximo de programações possíveis. 

"Lembro muito de uma série de livros de terror que a cada ano eu comprava um ou dois para fazer uma grande coleção, isso tem gostinho de infância”, acrescentou a historiadora. 

Os pais, Thereza e José Larêdo, foram peças fundamentais na formação literária das filhas. De acordo com a arte-educadora, as meninas puderam crescer cercadas de livros e como, Thereza e o marido são professores, inseridos nos campos de arte e história, sempre inseriram a leitura como um momento diário.  

"O que se comprovou com o aprendizado precoce das meninas que aprenderam a ler antes da alfabetização," compartilhou a mãe. 

Já José destaca como o evento literário contribuiu para a formação delas como leitoras. "Nós, sendo professores já leitores, ensinamos as meninas a seguir esse mesmo exemplo. A Feira do Livro sempre foi uma forma de mesclar o entretenimento com a leitura e a cultura que nos cerca, acredito que levar as meninas desde muito jovens para as feiras dos livros contribuiu para o fascínio pela leitura”, afirmou. 

Momentos marcantes 

Há espaços que marcam nossas vidas de maneira indelével, e para o apaixonado por literatura, o jornalista Matheus Freire, de 28 anos, a Feira do Livro é exatamente esse lugar. Desde quando participou pela primeira vez, em uma excursão escolar para o evento, sua relação com esse espaço se estabeleceu de forma transformadora.

"A Feira do Livro não é apenas um evento anual para mim, é uma parte essencial da minha jornada de descoberta pessoal e profissional", disse Matheus. 

Foi por meio das visitas anuais ao evento literário que ele percebeu sua paixão pela escrita e pelo jornalismo. "A leitura dos livros que adquiri na feira moldou minhas aspirações e direcionou minha escolha de carreira", afirmou.

Questionado sobre qual edição o marcou mais profundamente, Matheus relembra com carinho o do ano de 2004, quando a feira estava localizada na Júlio César com Almirante. Foi nesse evento que ele ganhou um livro autografado de um autor paraense, que escreveu a obra intitulada "Um Presente de Natal".

"Lembro-me nitidamente daquele momento, lendo o livro com curiosidade e emoção. O autor do livro, Benedicto Monteiro, certamente deixou uma marca na minha jornada literária", compartilhou.

Embora a correria do dia-a-dia possa ser desafiadora, o jornalista mantém viva sua tradição de participar da abertura da Feira do Livro e de aproveitar ao máximo as diversas atividades proporcionadas pelo evento.

"Sempre que posso, participo das rodas de conversa, palestras e outras programações que a feira oferece. Não é apenas sobre comprar livros, é sobre imergir no universo literário e sentir a energia criativa que permeia o ambiente", destacou.

image Foi por meio das visitas anuais ao evento literário que Matheus Freire percebeu sua paixão pela escrita e pelo jornalismo (Arquivo pessoal)

 

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