Jovens da periferia vão produzir obras audiovisuais sobre a COP 30 em Belém 

O projeto, realizado pela instituição Cinema Nosso, vai formar jovens de Belém e do Rio de Janeiro, que irão construir um produto audiovisual sobre a COP 30

Bruno Menezes | Especial para O Liberal
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Nesta quarta-feira (7) é comemorado o Dia Nacional do Documentário Brasileiro, uma data escolhida para celebrar as produções audiovisuais não-ficcionais, que têm foco nos fatos e pessoas reais, e explora a realidade como principal condutor da narrativa.

O diretor paraense de cinema, Ismael Machado, já trabalhou na criação de diversos documentários, sendo ‘Na Fronteira do Fim do Mundo’ um dos mais célebres de sua carreira. Em sua avaliação, o cineasta afirma que o Brasil vive um momento de crescimento no número de produções de documentários.

"Eu acho que nos últimos anos, a produção brasileira de documentário deu um salto, temos visto obras diversas, desde documentários feitos com orçamento mínimos, até grandes produções. Essas produções, que conseguem dar conta da realidade, elas evoluíram pra um tipo de narrativa que se assemelha a ficção, que tem algumas narrativas de arcos, de relatos, que levam o espectador a ter uma imersão como se tivesse vendo um filme de ficção, e com uma qualidade de inventividade que é essencial. Acho que tem um nicho de mercado pra isso, com um público que não é o mesmo tipo de ficção, mas um público que é fiel”, destaca Ismael.

Audiovisual na periferia

No Brasil diversos projetos contribuem e incentivam a produção de obras audiovisuais que retratam a realidade, como os que acontecem na Instituição Sociocultural Cinema Nosso, que há 20 anos trabalha a educação audiovisual e tecnologia para jovens.

Neste ano, o Cinema Nosso irá iniciar um novo projeto ousado, que formará jovens da periferia e da favela para produzirem obras audiovisuais sobre a COP 30, em Belém. De acordo com o instituto, jovens de Belém e do Rio de Janeiro irão passar por cursos de formação, graças ao Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, que foi conquistado pelo Cinema Nosso.

De acordo com a diretora executiva do Cinema Nosso, Mercia Britto, as obras audiovisuais produzidas pelo projeto terão a COP 30 como foco narrativo.

"Na COP 30 é fundamental ampliar o protagonismo da juventude, assegurando que suas preocupações com os direitos humanos sejam globalmente reconhecidas através de uma comunicação eficaz. Este é um momento crucial na inspiração de ações concretas que impulsionam um futuro sustentável e inclusivo a todos”, explica Mercia.

image Mercia Britto, diretora executiva do Cinema Nosso (Foto: Divulgação Cinema Nosso)

O projeto consistirá em um intercâmbio entre as cidades de Belém e Rio de Janeiro. Mercia garante que a formação dos jovens neste projeto será ampla e em diversas áreas e técnicas da produção audiovisual.

“A agenda mais importante para 2025, estrategicamente para o nosso país e para as juventudes futuras é a COP 30, por isso montamos uma formação que será em audiovisual, direitos humanos e clima. No audiovisual a formação é bem grande, incluindo podcast marketing digital e vídeo para redes sociais. Esses instrumentos de comunicação são importantes para a gente dizer o que quer, vamos criar uma agenda confluente entre direitos humanos e as ações do clima”, salienta a diretora executiva”.

As inscrições para o projeto do Cinema Nosso começam em outubro e serão feitas por um link, que será divulgado na página do Instagram @cinema_nosso.

Os cursos de formação iniciam em janeiro de 2025. A ideia é que após formados, os jovens das periferias de Belém e Rio de Janeiro apresentem seus trabalhos audiovisuais na COP 30.

“Inicialmente vão construir um produto, vai ser vídeo e podcast com temáticas relacionadas aos debates que serão levantadas na COP. A ideia é que essas produções sejam apresentadas COP 30, dentro das ações do evento, junto com as organizações e movimentos de juventude, para que possamos levar as reinvenções e reflexões que os jovens da periferia têm em relação ao clima”, conclui Mercia.

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