Isabella Santorinne agradece torcida em concurso internacional; Miss International Queen (MIQ)
Apesar de não trazer o título para o Brasil, Santorinne expressou sua gratidão pelo percurso e pelo apoio que recebeu: Gratidão a todas as pessoas que acreditaram em mim até aqui'
A paraense Isabella Santorinne representou o Brasil na manhã de hoje, 24, no Concurso Miss International Queen (MIQ), voltado a valorizar a beleza das mulheres trans e travestis do mundo todo. A edição foi realizada na Tailândia na Ásia. A miss não levou a coroa, mas levou o nome do Pará e a cultura Amazônica para o concurso com visibilidade mundial e transmissão para todos os países, pela internet.
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A Miss internacional Queen 2022, Fuschia Anne Rave passou a coroa para a MIQ 2023, a holandesa Solange Dekker. Em 2013, Marcela Ohio se tornou a primeira brasileira a vencer o concurso e inspiração para Isabella.
Em entrevista a reportagem de O Liberal Isabella Santorinne contou como começou este sonho. "Tem aproximadamente dez anos, o tempo que acompanho o evento. E foi nesse período que vi a única brasileira até então ganhar o título. Isso me inspirou e fez com que eu quisesse participar também", iniciou.
Para ela é muito significativo representar o seu país e estado, mas destaca os desafios do percurso. "Eu sonhava em realizar esse feito, representar o meu país no maior concurso internacional para Mulheres Trans e Travestis. Então, em 2022, me inscrevi na etapa nacional, em que fui selecionada para representar o estado do Pará, disputei com outras 25 candidatas, e ganhei", relembrou.
"Desde então, a jornada até aqui não tem sido fácil, pois há poucos apoiadores ou patrocínios que invistam em minha representatividade, infelizmente o fato de ser uma pessoa trans é para muitos um problema. Mas sou grata aos parceiros que consegui até aqui, eles foram essenciais para eu chegasse da melhor forma ao concurso mesmo com muitas dificuldades", completou.
Santorinne aproveitou a oportunidade internacional e em seu Instagram tem mostrado um pouco da viagem e a forma como está visibilizando a cultura da Amazônia. "Tem sido maravilhoso mostrar ao mundo a força da mulher brasileira, sobretudo, da mulher nortista que reside na periferia e nasceu no interior do estado do Pará. Trazer temas inclusive da nossa região tem sido crucial. Aproveitar desse espaço tão importante e de sua visibilidade para chamar atenção ao que tem acontecido na Amazônia brasileira é um dos meus objetivos", afirmou.
Um pouco antes da sua entrada nos palcos foi questionada pela reportagem sobre o que significaria o título. "Sendo eleita a Miss International Queen 2023, primeiramente, significará a concretização de um trabalho feito por um pouco mais de um ano de preparação. Segundo, será a realização de um sonho e certamente ficarei muito feliz em utilizar esse espaço de visibilidade para mostrar ao mundo o meu trabalho enquanto ativista social. E certamente, dialogar enquanto Miss a importância de debater políticas públicas para a população trans", declarou.
Apesar de não trazer o título para o Brasil, Santorinne expressou sua gratidão pelo percurso e pelo apoio que recebeu. "Gratidão a todas as pessoas que acreditaram em mim até aqui é que seguirão acreditando mesmo após o concurso, independente do resultado que vier. O apoio e energia de todos vocês tem sido essencial nessa trajetória. Muito obrigado pela força", finalizou.
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