Intervenções artísticas em elevados de Belém exaltam cultura amazônida
O trabalho foi realizado em collab com 14 artistas paraenses que se propuseram em embelezar a cidade e promover a arte educação
Os elevados, Carlos Marighella, localizado na Avenida Almirante Barroso com a Dr. Freitas e Gunnar Vingren, na Avenida Júlio César, passaram por uma revitalização que os encheu de vida e cores, com pinturas relacionadas à preservação ambiental, sustentabilidade, clima, biodiversidade e culturas tradicionais. As artes, produzidas em colaboração com os artistas do projeto Cores do Pará, presentearam a cidade de Belém, tornando-a mais criativa, às vésperas da Cúpula da Amazônia, que vai ser realizada nos dias 8 e 9 de agosto na capital paraense.
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Agora, os turistas que estarão presentes no evento, assim como também os próprios moradores, podem admirar e refletir sobre as mensagens de conscientização ambiental e cultural transmitidas pelos painéis.
O Cores do Pará já percorreu vários lugares do Estado em dois anos de existência, transformando ambientes por meio da arte educação e chegando à 2ª edição das intervenções produzindo um novo visual aos elevados.
Segundo And Santtos, artivista paraense e coordenador do projeto nos elevados, a iniciativa surgiu da vontade de mostrar o compromisso da cidade em preservar e promover a região amazônia, destacando questões que são cruciais para o mundo inteiro.
“Nós temos uma voz muito expressiva da Amazônia e pensando na COP 30, e na própria Cúpula, nosso propósito foi fazer uma abordagem ampla da fauna, flora, das manifestações culturais, do grafismo indígena, da cerâmica marajoara, chamar atenção para os povos originários”, enumerou sobre os elementos que estão presentes nos elevados.
Para realizar intervenção artística, foram necessários cerca de 14 artistas. Dentre eles, participaram mulheres, indígenas, LGBTQIA+, pessoas pretas e moradores das periferias de Belém, valorizando a inclusão e a diversidade na produção de arte na capital do estado.
“Cada um pode expressar sua própria expressão artística, seu próprio conceito, dentro da linguagem abordada”, acrescentou And sobre o processo de criação dos envolvidos.
O artista visual se diz muito feliz por conseguir contribuir para o embelezamento da cidade. And pontuou, que até alguns meses atrás, Belém era um dos poucos locais brasileiros que não tinha um elevado personalizado.
“A recepção do público varia em vários sentidos, tem o lado positivo, que é agregar a região, valorizando a nossa arte, dando possibilidade e visibilidade, mas tem o lado negativo, que se trata de questões políticas com críticas vazias, que não temos nada haver”, disse o coordenador.
Além disso, And afirma que tem consciência que o trabalho executado está à mercê das questões climáticas, como por exemplo, o sol que costuma desbotar as cores.
“Tem as pessoas que fazem as intervenções de riscar em cima, porém, não deixa de ser uma expressão, se elas verem isso como algo prejudicial e tendem a agredir”, complementou. No entanto, o artista acredita que isso não vá acontecer.
O trabalho foi realizado por artistas qualificados pelo projeto Cores do Pará, uma realização da Fundação Cultural do Pará por meio da Lei Semear, com patrocínio da concessionária Equatorial Energia.
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