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Iniciativa cultural de fotojornalista leva oficinas de artes visuais a escolas públicas de Belém

A iniciativa começou na última sexta-feira, 23, e terminará dia 26 de setembro, em uma escola pública do bairro de São Brás

Amanda Martins
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O fotojornalista e arte educador Everaldo Nascimento está à frente de uma nova iniciativa cultural em Belém: o "Projeto Catarse Expondo Ideias". A ação, que visa transformar a paisagem cultural das escolas públicas e áreas carentes da região metropolitana, começou em neste mês de agosto e se estenderá por um ano. Durante esse período, a iniciativa oferecerá oficinas de artes visuais, abrangendo técnicas de fotografia e audiovisual, para desenvolver habilidades artísticas, fomentar o pensamento crítico e elevar a autoestima dos alunos participantes.

Segundo Everaldo, o projeto nasceu de uma experiência anterior, quando em 2023 conduziu uma ação semelhante com jovens do Aurá, uma área carente da região. “Estava fazendo uma pauta no bairro de Ananindeua sobre o fechamento do lixão, quando vi uma jovem com uma criança no colo e começamos a conversar. Com as fotos, conseguimos fazer uma exposição no Hangar, até chegar no Rio de Janeiro, em Paraty. Foi ao estilo foto – varal”, relembrou. 

Após um período afastado dessas atividades, ele decidiu retomar a iniciativa como parte de seu Trabalho de Conclusão de Curso na faculdade de Artes Visuais. “Queria usar a experiência no Aurá para o meu TCC da faculdade, entrando em contato com as pessoas de lá, mas não conseguia mais, então decidi fazer um projeto novo”, acrescentou.

A primeira escola a receber o projeto foi o EETEPA Vilhena Alves, no bairro do São Brás, que, apesar de não estar localizado na periferia, atende alunos que residem em áreas periféricas. As oficinas começaram na última sexta-feira, 23, e seguirão até 26 de setembro. Posteriormente, o projeto será implementado no bairro da Terra Firme, no Espaço Novo Florescer, a partir de 29 de agosto até o final de setembro. 

Everaldo planeja expandir o projeto para outras regiões, como o Distrito de Icoaraci, Outeiro e o bairro do Barreiro, envolvendo seis escolas e diversos centros comunitários ao longo do ano.

O objetivo do projeto é proporcionar aos jovens a oportunidade de retratar suas próprias realidades através da fotografia e do audiovisual. “Eu vou instigar como eles enxergam ao redor da escola, a ideia é que eles consigam trabalhar as fotos dentro da realidade deles”, explicou o fotojornalista. 

Nascimento pretende utilizar apenas equipamentos acessíveis, como celulares, para que os participantes possam documentar e compartilhar suas visões de mundo. “A ideia inicial é não usar nenhum equipamento, como câmeras fotográficas profissionais, que não seja da realidade deles. Quero que eles possam usar o próprio celular com os conhecimentos práticos, a técnica da fotografia de áudio e vídeo, ou seja, fotografia e audiovisual”, complementou Everaldo.

O projeto culminará em uma exposição ao ar livre, reunindo todo o material produzido pelos participantes ao longo do ano. Everaldo espera que essa exposição em espaços públicos, como praças e vias, torne a arte mais acessível à comunidade. 

“Como vou ficar um ano com esse projeto, a ideia é fazer a reunião de todo esse material e fazer a exposição em espaço público, uma praça, uma via, colocar esse material todo exposto. Talvez não entre tudo, mas entre o resumo de tudo”, disse.

Ainda sem apoiadores formais, Everaldo escolheu escolas públicas que já possuem a estrutura e o espaço físico necessários para a realização das oficinas. No entanto, ele almeja conseguir apoio para expandir o projeto e oferecer mais recursos aos participantes no futuro. 

“Escolhi as escolas públicas porque inicialmente ainda não tenho nenhum apoiador. Peguei locais que tenham estrutura e espaço físico. A ideia é que ano que vem eu consiga algum edital para oferecer um lanche”, pontuou o fotojornalista. 

As oficinas na Terra Firme estarão abertas para inscrição, e Everaldo pretende trabalhar com crianças e adolescentes, buscando oferecer um diferencial na formação cultural desses jovens. A expectativa é que, ao final do projeto, os participantes tenham não apenas desenvolvido novas habilidades artísticas, mas também ampliado sua visão de mundo e fortalecido sua autoestima.

“O legal é que eu não estava com toda essa expectativa, de que eles iriam aceitar essa história, embarcar no projeto, mas quando comecei a contar de onde surgiu o projeto, os alunos se entusiasmaram querendo saber mais, começaram a fotografar na hora”, compartilhou Everaldo sobre seu primeiro contato com os alunos.

NOVO OLHAR 

Elena Mendes da Cruz, coordenadora do Espaço Novo Florescer, expressa grande expectativa pela chegada do projeto, especialmente pelo impacto positivo que ele pode ter nos alunos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que fazem parte do público atendido pelo centro. 

"Nossa expectativa é grande pelo trabalho do professor Everaldo, pois sei que nossas crianças vão ter grandes oportunidades de participar e aprender mais para o desenvolvimento de sua vivência escolar", afirmou.

O projeto, que se apresenta como um desafio para todos os envolvidos, traz consigo a promessa de abrir novas possibilidades de aprendizado e expressão para as crianças do espaço. 

"Ele vem como um desafio, para todos nós. Nada é fácil, mas não vamos perder a oportunidade, pois não é todo dia que vamos ter uma oportunidade como esta", ressaltou, acrescentando que acredita no desenvolvimento das atividades propostas por Everaldo Nascimento será fundamental para ampliar a compreensão de mundo dos alunos e para despertar o grande potencial.

 

 

 

 

 

 

 

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