Indígena Warao e imigrante venezuelana Paola Abache é eleita nova miss trans de Roraima
Paola foi coroada na parada LGBTQIA+ do estado. Ela já liderou o maior abrigo indígena da América Latina
A indígena da etnia Warao e imigrante venezuelana Paola Abache foi eleitra miss Trans de Roraima. Paola, de 23 anos, iniciou a transição de gênero no Brasil. Ela foi coroada miss Trans na parada LGBTQIA+ de Roraima em outubro de 2023. A jovem também é cacique do maior abrigo indígena no Brasil.
“Eu lembro que fiquei sem reação. Pensava que ia chorar, mas não chorei. Pensava que ia gritar, mas não gritei. Achava que ia pular, mas não pulei. Eu só pensava que não podia acreditar, mesmo com a faixa de miss. Só entendi em casa, onde coloquei a faixa de novo e fiz tudo que achei que iria fazer. Depois, eu só pensava que queria abraçar forte a minha mãe” contou Paola Abache, ao portal do Instituto Socioambiental (ISA), sobre sua reação ao ser coroada Miss Trans do estado de Roraima.
Paola atravessou a fronteira da Venezuela para o Brasil em busca de melhores condições de vida. A mudança era necessária até para que pudesse renascer. Foi no Brasil que conseguiu pela primeira vez solicitar documentos com seu nome no feminino e decidiu dar início a transição.
Desde 2019, quando chegou ao Brasil, Paola viveu em abrigos indígenas e acabou sendo escolhida “cacique” do maior abrigo indígena da América Latina, o Waraotuma a Tuaranoko (“lugar de repouso até que possa partir para outro” na língua Warao), em Boa Vista.
Agora diante de tantas vitórias, Paola tem novos sonhos. “Quero fazer Direito” ela conta. "Para outras mulheres assim como eu, trans e indígena, é preciso trabalhar, lutar e estudar. Se vocês têm sonhos, não desistam”, enfatizou.
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