I Festa Literária de Belém inicia na sexta, 16

A I Festa Literária de Belém (Flibe) inicia nesta sexta-feira, 16, com a reunião de escritores e de profissionais do setor literário e contará com exposição e venda de livros de autores independentes e de editoras locais, além de palestras, oficinas, exposições, shows musicais e outras apresentações artísticas. O evento continuará até o próximo dia 23, das 9h às 21h, na Fundação Cultural do Pará (FCP), com entrada franca. A Flibe integra a programação da Bienal de Artes de Belém.

O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, fará a abertura oficial às 17h. A festa é promovida pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), e terá como homenageados os professores e escritores paraenses Heliana Barriga, Juraci Siqueira, Zélia Amador de Deus e João de Jesus Paes Loureiro.

Assim como na 25ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, a Semec vai distribuir o bônus-livro no valor de R$ 200 para cada um dos 7 mil educadores e servidores administrativos da pasta adquirirem livros na Flibe. O investimento total é de R$ 1,4 milhão.

Autores homenageados: João de Jesus Paes Loureiro, Heliana Barriga, Zélia Amador de Deus e Juraci Siqueira. (Divulgação)

“A Festa Literária de Belém é um sonho do prefeito Edmilson Rodrigues de fazer um evento para congregar os nossos livreiros e o setorial do livro”, conta a secretária municipal de educação, Márcia Bittencourt. “Teremos a participação das escolas, das editoras, do público em geral que vai encontrar lá música, dança, performance, teatro e, sobretudo, muito incentivo à leitura. Será um grande encontro dos escritores belenenses e paraenses”, completa.

Programação

A programação inclui oficinas, palestras, bate-papos sobre literaturas (afro-brasileira, indígena, LGBTQI+, periféricas, de cordel, infanto-juvenil, feminista e outras), exposições, apresentações artísticas dos alunos das escolas municipais, mostra de cinema paraense, feira de artesanato e economia criativa, espetáculos teatrais, contação de histórias, atividades lúdicas no espaço infantil, além de shows de Simone Almeida, Alba Mariah, Adilson Alcântara, Delcley Machado, Dayse Addario, Pedrinho Callado, Carimbó Cobra Venenosa, Inesita, Pelé do Manifesto e Eduardo dos Tambores Encantados.

Veja a programação completa aqui.

Os cantores Adilson Alcântara, Simone Almeida, Pelé do Manifesto e Dayse Addário serão algumas das atrações da Flibe. (Manoel Pantoja (Almeida), Marivaldo Pascal (Addário) e Divulgação (Alcântara e Manifesto))

Homenageados

Natural de castanhal, Heliana Barriga é embaixadora das Infâncias de Belém e, desde 1980, trabalha com literatura infantil, música, poesia e oficinas de ludicidade. Ela possui mais de 50 livros publicados e 9 CDs com narrativas de histórias. “(A homenagem na Flibe) representa uma maturidade da relação com as escritoras e escritores, principalmente das multivozes, dos poetas de periferia... é o retorno de todos esses anos de luta”, comemora. “Sou uma autora que nasceu na escola e que continua estimulando a mediação de leitura entre todas as pessoas das escola. Eu considero a sala de aula o espaço mais interessante do mundo”, destaca.

Também com mais de 40 anos de produção literária e poética, o marajoara Juraci Siqueira, graduado em Filosofia, acredita ter publicado mais de 80 livros. “Nada dignifica e honra mais o ser humano que ser reconhecido por sua obra”, comemora. Desde o ano de 1987, ele distribui aleatoriamente nas ruas trovas em pedaços de papel, que surpreendem o público. “Metaforicamente, eu entregava meu próprio coração para as pessoas”, conta.

O escritor e poeta João de Jesus Paes Loureiro, nascido em Abaetetuba, é escritor, poeta e professor universitário. O autor se destaca pelas obras caracterizadas por devaneios poéticos, tendo a Floresta Amazônica como inspiração e cenário.

Já a marajoara Zélia Amador, Doutora em Ciências Sociais e professora emérita da UFPA, é um dos mais importantes nomes na literatura e da pesquisa sobre temas raciais no Brasil. É uma das fundadoras do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa) e uma das responsáveis pela implantação das políticas de cotas raciais no Brasil.