História de Irmã Dulce, a primeira santa brasileira, ganha livro

Biografia tem tarde de autógrafos com o autor, em Belém, nesta quarta-feira

Lucas Costa
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A história da primeira santa nascida no Brasil, assim como as memórias daqueles que tiveram suas vidas atravessadas por ela, estão reunidos na biografia “Além da Fé - A Vida de Irmã Dulce”, de Valber Carvalho. A publicação de 624 páginas terá uma tarde de autógrafos com o autor na tarde desta quarta-feira, 20, na galeria de arte do Boulevard Shopping, em Belém. Na ocasião, o público poderá adquirir um exemplar por R$ 89.

O livro traz histórias e relatos inéditos da Santa Dulce Dos Pobres, resultado de uma extensa pesquisa realizada ao longo de sete anos. O ponto de partida do autor são as memórias que tinha da personalidade baiana.

“Ela sempre foi, para nós baianos, uma figura diferenciada, que quando passava nas ruas num período já mais idosa, as pessoas paravam para vê-la passando do outro lado. Todos ficavam extasiados com a passagem dela, e o vento tremulando as vestes de hábito”, relembra o autor, que também é jornalista e chegou a entrevistar Irmã Dulce algumas vezes.

A pesquisa de Valber parte de uma inquietação de conhecer a história de Irmã Dulce, além do que já era de conhecimento público até então. Depois de mais de 500 entrevistas, intercaladas com a leitura de 13 mil documentos, ela conta que enxergou uma Irmã Dulce ainda mais impressionante.

“Para entender Irmã Dulce na sua complexidade e completude, eu teria que ouvir muitas pessoas, porque ela era um ser social. Ela falava com o homem mais rico da cidade e com o homem mais pobre. Com a esposa do governador ela entrava em casa sem pedir licença, e com a esposa do vendedor de carvão ela também tinha intimidade. Ela conseguia unir as duas pontas da sociedade, era um vetor social”, explica Valber.

A biografia relata ainda a história dos antepassados de Dulce, que já tinham o hábito de praticar a caridade. A vocação da menina para as causas sociais, sua iniciação religiosa, assim como os principais momentos da primeira metade de sua vida.

“Irmã Dulce foi um ser político em função do evangelho. Tudo o que ela fazia era seguindo as normas de Jesus, as prédicas de Jesus, e ela tinha um relação muito grande com Nossa Senhora. Se dizia uma serva, uma filha de Maria. Então essa alma, esse ser religioso precisava ter sua história contada”, destaca o autor.

Belém e a religiosidade

A escolha por Belém como uma das cidades para sediar um evento presencial de lançamento do livro tem um motivo que vai além da forte religiosidade do lugar. A história de Irmã Dulce também conversa com o Pará, no início de sua trajetória como missionária. Valber conta que aos 13 anos, quando sentiu a vocação, Irmã Dulce queria uma congregação missionária, em vez de uma que a mantivesse em um lugar fechado. Foi então que optou pela Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Concepção da Mãe de Deus, que tem sua criação datada em 1910, no município de Santarém.

“A congregação nasceu no Pará, e Belém é a cidade mais católica do Brasil. Estamos no mês do Círio, então existe toda uma conexão entre Irmã Dulce e Nossa Senhora, que ela dizia ser o seu terceiro braço. Não fazia nada sem consultar Jesus, Nossa Senhora e Santo Antônio. Então a cidade de Belém representa muito para a difusão dessa obra, para essa mensagem”, explica Valber.

Além das histórias, o livro traz ainda 185 ilustrações, incluindo várias fotos inéditas, inclusive a do famoso galinheiro do Convento que Irmã Dulce transformou em local de acolhimento, onde hoje é o maior hospital totalmente do SUS no Brasil, com 2,2 milhões de atendimentos por ano. Após o evento desta quarta-feira, o livro também ficará disponível para compra na loja Lírio Mimoso, ao lado da Basílica Santuário de Nazaré. O valor será de R$ 89.

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