Grupo de Pesquisa da UFPA lança documentário sobre as línguas indígenas faladas na Amazônia paraense
Produção estará disponível a partir das 19h no canal do Grupo de Estudo, Mediações, Discursos e Sociedades Amazônicas
O documentário “Entre rios e palavras: as línguas indígenas no Pará em 2021” será lançado neste sábado, 30, às 19h, no canal do Grupo de Estudo Mediações, Discursos e Sociedades Amazônicas (Gedai), do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Pará, no Youtube.
Afinado com o objetivo do projeto “Retratos do Contemporâneo: as línguas indígenas na Amazônia Paraense”, este filme traça uma discussão sobre as histórias das línguas nativas faladas pelos povos originários que vivem na Amazônia, os processos de apagamento de algumas delas por parte da colonização e os processos de resistências.
O documentário também conta sobre a revolução linguística que está acontecendo atualmente na região do Baixo Tapajós, em que 12 povos indígenas tomaram o Nheengatu como sua língua nativa e há toda uma organização entre essas sociedades para que elas falem o idioma.
“No filme, os indígenas contam como foi a perseguição, ao longo dos anos, às suas línguas nativas, o quanto eles foram obrigados a parar de falar suas línguas e muitos foram mortos ou castigados quando desobedeceram a essa imposição”, diz Ivânia Neves, coordenadora do projeto e do grupo de pesquisa Gedai.
O documentário também discute sobre as relações entre as escolas indígenas e as universidades. E como as instituições de ensino ocidentais tratam a questão das línguas, pois muitos jovens indígenas assumem, atualmente, um grande protagonismo para visibilizar os seus idiomas nativos. O filme tem direção de fotografia e edição do cineasta indígena Clodoaldo Arapium.
Atualmente, embora não se saiba exatamente ao certo, especula-se que aproximadamente 200 línguas são faladas no país por várias sociedades indígenas. Com o objetivo de mapear e visibilizar as línguas nativas faladas pelas sociedades indígenas que vivem no Pará, o Gedai desenvolveu, neste ano, o projeto “Retratos do Contemporâneo: as línguas indígenas na Amazônia Paraense”.
Esta primeira etapa do projeto consiste na realização e lançamento de um documentário sobre as línguas indígenas faladas no Pará e de um Mapa Interativo, contendo informações sobre as línguas faladas pelos povos originários que vivem na Amazônia paraense, vídeos de indígenas falando em seu idioma materno, depoimentos desses povos, entre outros materiais que poderão ser acessados pelo público.
O projeto foi aprovado no Edital de Cultura Imaterial da Lei Aldir Blanc de 2021, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult) e organizado pela Fundação Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia (Fidesa).
O Mapa Interativo será no dia 1 de novembro, no site do grupo de pesquisa Gedai e conta também com fotos, vídeos de danças, cantos na língua materna, textos escritos e várias outras informações que o público pode obter clicando nas cidades em que cada povo indígena vive.
“O projeto vai mostrar quais as línguas indígenas que são faladas aqui no estado. Consideramos também a presença dos indígenas venezuelanos da etnia Warao que, atualmente, vivem em dez cidades aqui no Pará. Como estamos no período de pandemia, a gente operacionalizou o projeto pedindo que os próprios indígenas nos enviassem gravações falando em suas línguas. Essas gravações estarão presentes no mapa interativo. Também entrevistamos intelectuais, tanto indígenas como não indígenas, que discutem o tema, além de várias lideranças indígenas”, explica a professora Dra. Ivânia Neves.
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