Gilberto Gil completa 81 anos e celebra trajetória original na música
O cantor Olivar Barreto interpreta o repertório do compositor e destaca suas particularidades
Gilberto Gil, o cantor, compositor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), é um nome que simboliza música, criatividade e renovação. Ao completar 81 anos nesta segunda-feira (26), a obra do artista é celebrada em todo o mundo. Em turnê com o show “Nós a gente”, em que reúne no palco sua família, com filhos e netos, Gil participa em breve, mais uma vez, do festival Montreux Jazz Festival, na Suíça, um dos mais tradicionais da música internacional que ocorre entre 30 de junho e 15 de julho. A agenda demonstra que aposentadoria não é uma palavra presente nos planos do poeta baiano.
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O cantor paraense Olivar Barreto, que tem como um dos shows de seu repertório o espetáculo “Gil Luminoso”, criado e apresentado com o músico, compositor e cantor Renato Torres, afirma que Gilberto Gil traz como marca de sua trajetória a inquietude, no sentido de buscar sempre novos caminhos, tanto como artista quanto como cidadão. Para Barreto, Gilberto Gil é um cidadão preocupado com seu povo, o que o fez, inclusive, se aproximar da política institucional. Gilberto Gil exerceu o cargo de Ministro da Cultura entre os anos de 2003 e 2008, no primeiro mandato do presidente Lula.
“Gilberto Gil é um pensador. As músicas dele são pensadas, no sentido de trazer indagações sobre a vida, ele muitas vezes coloca questões para nós pensarmos. Então, ele é um compositor enormíssimo, que projeta sempre um futuro na obra dele”, reflete olivar. Mas o aspecto futurista, para o cantor paraense, convive com o fato de que o trabalho de Gil também faz referência sempre a fatos e pessoas da música brasileira. “Quando ele gravou a canção ‘Pela Internet’, ele traz a memória do primeiro samba gravado, o ‘Pelo Telefone’, do Donga. E Gil é também um homem preto que sempre militou contra o racismo através de sua obra, de uma forma elegante, mostrando como é possível fazer isso de forma simples e natural”, destaca ainda Olivar Barreto.
A relação entre o público paraense e Gilberto Gil tem sido de proximidade e carinho, ainda que a última apresentação na capital paraense tenha sido em 2010. Para Olivar Barreto, também são claras as influências de Gil na música feita atualmente no Pará. “As influências são muitas. Tenho colegas que já compuseram inspirados na obra de Gil, outros que fazem trabalhos sobre a obra do Gil. Eu mesmo já fiz. Mas fazer tributos não é algo fácil, embora a obra do Gil pareça fácil quando você escuta. Mas quando você tenta aprender as músicas você nota que elas não são tão fáceis. É um compositor cuja obra você precisa se debruçar com atenção para poder aprender. E, ainda sobre as influências, vejo que tem gente que é influenciado por Gil até mesmo sem saber, já que ele está presente de diferentes modos”, observa.
Surpresa
Na última sexta-feira, 23, em show realizado dentro festival Sensacional! em Belo Horizonte, Gilberto Gil foi surpreendido pelo público, que de forma antecipada cantou “Parabéns para você” em uníssono para o músico. A apresentação ocorreu no Parque Ecológico da Pampulha.
Além de Gilberto Gil, o show “Nós a gente” reúne os filhos Nara, Preta Gil, Bem e José; os netos João, Flor Gil, Francisco, Pedro, Gabriel, Lucas, Bento, Dom e Sereno; e a nora Mariá Pinkusfeld.
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