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França julga lenda do cinema Gérard Depardieu por agressões sexuais

Os fatos em julgamento ocorreram durante as filmagens de "Les Volets Verts", do diretor Jean Becker

AFP
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O gigante do cinema francês Gérard Depardieu comparecerá a um tribunal de Paris a partir desta segunda-feira (24) por supostas agressões sexuais contra duas mulheres durante as filmagens de um longa-metragem em 2021, no primeiro caso que vai a julgamento.

Depardieu, 76 anos, vestido de preto, entrou no Tribunal Correcional de Paris, apoiado no ombro de seu advogado, Jéremie Assous, cerca de 20 minutos antes do início do julgamento. Em outubro, os problemas de saúde do réu forçaram o adiamento do julgamento.

"Este julgamento nos permitirá confrontar as acusações com a realidade, com as testemunhas e com as circunstâncias dos fatos. Desta forma, seremos capazes de demonstrar, sem sombra de dúvida, que todas as acusações são falsas", disse o advogado.

Depardieu, que fez mais de 200 filmes e séries de televisão, é a figura de maior destaque a enfrentar acusações de violência sexual na resposta do cinema francês ao movimento #MeToo.

Os fatos em julgamento ocorreram durante as filmagens de "Les Volets Verts", do diretor Jean Becker. Uma cenógrafa de 54 anos e uma assistente de direção de 34 anos o acusam de agressão, assédio e insultos sexistas.

A primeira mulher, chamada Amélie, afirma que durante as filmagens em setembro de 2021 em uma mansão em Paris, o ator gritou que queria um "ventilador" porque não conseguia mais "ter uma ereção" devido ao calor.

Ele então afirmou que podia "fazer as mulheres chegarem ao orgasmo sem tocá-las" e, uma hora depois, ele a agarrou "brutalmente" e apalpou sua cintura, barriga e seios, enquanto fazia "comentários obscenos", segundo seu relato.

Sarah (pseudônimo) foi a assistente de direção do filme e também denunciou a lenda do cinema francês por tocar duas vezes em seus "seios e nádegas" em agosto de 2021, disse ela ao Mediapart.

Anouk Grinberg, uma das atrizes do filme, disse à AFP que o ator usava "palavras obscenas". "Quando os produtores contratam Depardieu para trabalhar em um filme, eles sabem que estão contratando um agressor", acusou.

O julgamento estava marcado para outubro, mas o réu não compareceu, alegando sequelas de uma cirurgia cardíaca e diabetes, agravadas pelo estresse do julgamento que se aproximava. Acabou sendo adiado.

Segundo seu advogado, o julgamento deve ser organizado de forma que as sessões não excedam seis horas e que os intervalos sejam feitos "quando Gérard Depardieu precisar".

Eventuais ajustes serão detalhados no início do julgamento, afirmou o Ministério Público à AFP.

Carine Durrieu-Diebolt, advogada de uma das denunciantes, afirmou que o perito garantiu que o réu estava com "boa, até mesmo muito boa saúde, em termos de problemas cardíacos e diabetes".

Vinte mulheres acusaram a estrela de cinema internacional francesa de comportamento semelhante, mas a maioria das queixas foi rejeitada devido ao prazo de prescrição.

A atriz francesa Charlotte Arnould foi a primeira a registrar uma queixa. Em agosto, o Ministério Público de Paris solicitou que o ator fosse julgado por estupro e agressão sexual.

"Eu nunca, jamais abusei de uma mulher", disse o ator em uma carta aberta publicada pelo jornal Le Figaro em outubro de 2023.

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