Fotógrafo Miguel Chikaoka na roda de conversa ‘Amazônia Sustentável?’
Técnica ambiental e artistas também dialogam sobre o tema com a mediação de pesquisadora, no Espaço Cultural Valmir Bispo.
A fotografia que congelou no tempo a imagem de uma castanheira ardendo em fogo em meio a uma área devastada na rodovia PA-156, no sudeste paraense, em 1991, é a prova de que a destruição da floresta amazônica não é novidade e, pior, permanece muito presente. O fotógrafo e educador Miguel Chikaoka, autor da fotografia mencionada, é o convidado da roda de conversa “Amazônia Sustentável?”, que acontecerá neste domingo (4), no Espaço Cultural Valmir Bispo Santos, a partir das 10h30. A entrada é franca.
Mais de 30 anos após o registro fotográfico no interior paraense, o tema da preservação do meio ambiente permanece urgente e necessário. A roda de conversa terá também como debatedores a geógrafa Dra. Andrea Coelho, que integrou equipe na COP26 da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e o artista visual e educador Ivan Barros, que trabalha com pirogravura (arte em madeira com fogo) e idealizador do projeto ‘Paisagens de Ilhas de Belém - igapós, igarapés e comunidades ribeirinhas’ e expositor em eventos nacionais e internacionais. A programação será realizada no projeto Circular Campina Cidade Velha, pela Toró Gastronomia Sustentável.
VEJA MAIS
Fundador da FotoAtiva, associação sem fins lucrativos de Belém que promove ações coletivas de educação, pesquisa e experimentação em fotografia, Miguel Chikaoka é um observador da realidade paraense e amazônica ao longo do tempo. Ele constatou “uma destruição gigantesca impulsionada por um modelo de desenvolvimento predador, movido por interesses predominantemente capitalistas e não sociais, que não leva em conta a importância da biodiversidade para a saúde do planeta”, aponta. “É uma mentalidade corrompida pela cultura de resultados que ignora a importância do que a natureza oferece e pode nos ensinar”, acrescenta.
“Vi imensas áreas de biomas (destruídas), notadamente nos entorno e corredores que ligam empreendimentos de mineração, extração ilegal de madeira e boa parte dos projetos agropecuários que nos impõe a falsa ideia de desenvolvimento.”
Chikaoka também pôde observar os povos originários se organizando para enfrentar o avanço desses empreendimentos: “Os indígenas, quilombolas e ribeirinhos perceberam que a luta pela defesa de seus territórios e da cultura deve-se dar além do chão, no campo político, pois sabem a violência a qual estão submetidos partem de decisões, medidas e leis definidas na esfera dos poderes legislativo, judiciário e executivo”
A roda de conversa será pautada na diversidade biológica e sociocultural da Amazônia ameaçada pelo desmatamento. O ponto de partida será a foto emblemática da castanheira, datada de 31 anos, mas que permanece atual. “A fotografia dá visibilidade para os problemas da Amazônia. A Castanheira por si só é uma marca forte na cultura e na alimentação da região, o que contrasta com a imagem impactante da árvore sozinha, recém queimada. Queremos sensibilizar: salve a Amazônia”, diz o fotógrafo.
A conversa será mediada pela pesquisadora Suzane Rabelo, que estuda a etnia Suruí-Aikewara, em cuja cultura a castanheira simboliza a ancestralidade.
Agende-se:
Domingo, 4
Hora: 10h30
Local: Espaço Cultural Valmir Bispo Santos (Tv. Padre Prudêncio, 681, bairro da Campina).
Entrada Gratuita
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA