Fotografias da paraense Elza Lima estão em exposição em Madri, na Espanha

A mostra com curadoria de Tiago de Abreu Pinto conta com trabalhos de seis artistas, dois chilenos, um mexicano e três brasileiros

O Liberal
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Em comemoração ao aniversário de galerismo dos fundadores da Galeria Ponce + Robles, em Madri, na Espanha, Raquel Ponce e José Robles (30 e 20 anos) estão promovendo quatro coletivas em torno dos quatro elementos – terra, ar, fogo e água. Para usar a arte para falar sobre o ar, eles inauguraram no espaço a exposição “La tragedia se mascaba en el aire” ou “A tragédia foi mastigada no ar”, em livre tradução.

A mostra com curadoria de Tiago de Abreu Pinto conta com trabalhos de seis artistas, dois chilenos, um mexicano e três brasileiros, com destaque para as fotografias “Lições de voar 1”, de 1984, “Lições de Voar 2”, de 2019, da fotógrafa paraense Elza Lima.

Visitação virtual até 5 de novembro

Todas as obras estão da exposição estão relacionadas ao ar e além da paraense, a mostra conta com trabalhos de Carlos Nunes, Ding Musa, Pilar Quinteros & Patricio Blanche e Chantal Peñalosa.

No caso de Elza Lima, uma das imagens foi produzida em 1984, durante um curso com Miguel Chicaoka em que os participantes deveriam apresentar fotograficamente o bairro da Cidade Velha, em Belém. Além de pessoas e casas, a artista decidiu mostrar um dos animais que mais se integram ao cotidiano da capital paraense: os urubus. “Comecei fazendo fotos de portas e janelas, de detalhes de pessoas, mas o meu olhar rebelde começou a fotografar os urubus também”, lembra.

Ao descarregar o filme e passar pela seleção do fotógrafo-documentarista, pesquisador e ensaísta, Patrick Pardini, ficou surpresa com o seu comentário. “Ele começou a selecionar justamente as imagens dos urubus, que estavam totalmente fora do que eu esperava apresentar. Foi então que ele me disse para eu prestar mais atenção para esse meu olhar e buscar esse olhar dentro de mim. A partir daí, passei a levar isso sempre comigo”, conta.

A imagem feita há 37 anos estava guardada com carinho como um primeiro olhar da fotógrafa. “Quando fui convidada para participar da exposição e tive que enviar imagens relacionadas ao ar, acabei escolhendo ela, e a outra feita no Ver-o-Peso já em 2019, entre outras”, diz ela, que se prepara para ter sua obra ainda em uma outra exposição internacional, dessa vez, em Paris, na França, ainda este mês.

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