FotoAtiva comemora 40 anos em 2024 com novo selo e outras novidades

Em celebração, o artista Eli Sumida, idealizador da primeira logo do grupo, projeta novo selo comemorativo

Gabriela Gutierrez | Especial para O Liberal
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A Associação FotoAtiva está completando 40 anos em 2024. A instituição é reconhecida como peça fundamental na formação e construção da fotografia no estado do Pará. E para comemorar as quatro décadas de atuação em Belém, como um grupo que reúne profissionais, entre fotógrafos, artistas e a população, a associação lança um novo selo, feito pelo idealizador da primeira logo do grupo, Eli Sumida. Além disso, prevê uma restauração do espaço doa associação.

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A criação da Fotoativa no final dos anos 70 e início dos 80 foi um dos momentos que influenciaram toda a geração de fotógrafos daquela época. Um dos fundadores da Associação Fotoativa, o fotógrafo, Miguel Chikaoka explica o nascimento dessa instituição. “A Fotoativa surge, no meu entendimento, a partir do grupo Foto Oficina, que foi um grupo que nasceu a partir de uma oficina que ministrei e esse grupo quis continuar se encontrando e daí nasceu essa ideia do coletivo e depois se desdobra para a criação da Fotoativa, então ela vem de uma história que é própria dela”, explicou o artista.

“Em 1984, o projeto do grupo Foto Oficina, que na época se chamava Núcleo de Oficinas Fotoativa, foi aprovado pela FUNART e começou a existir enquanto um núcleo do foto oficina. E se transforma na FotoAtiva porque ela acabou se desenvolvendo num projeto grande. De grande impacto da experiência da vivência, que foi o Fotoativa Cidade Velha. Essa vivência plural de várias pessoas trabalhando com uma comunidade mais específica que era Cidade Velha, é que eu entendo que foi o nascimento desse coletivo mais, digamos, atuante, que se consolidou”, contou Miguel. 

A logo

Eli Sumida foi o responsável pela criação da logo original da associação e designer de revista há 40 anos, e segundo ele começou profissionalmente junto com esse logo. “Das primeiras vezes que eu vim para Belém, eu tinha contato com Miguel Chikaoka, e eu frequentava as reuniões da Fotoativa. Que na época era na Praça Ferro de Engomar, e não tinha marca e um dia eu fiz. Eu vi então uma cerâmica branca e falei: ‘vou criar uma marca’. Comprei tinta e fiz a logo”, contou.

Ele também contou sobre a diferença do trabalho do designer em comparação com os dias de hoje. “Na época você não tinha computador, você não tinha referência de fonte, era todo um processo diferente de se desenhar. As fontes que estão na logo são de um catálogo da letraset, que era um processo mais acessível para o designer antigamente”, contou. 

Durante o encontro realizado para apresentar o novo selo, o professor-pesquisador e curador, Orlando Maneschy falou sobre a relação com o lugar e sobre a importância da associação na sua visão. “Eu acho que, em síntese, a Fotoativa é como um lugar de esperança, no sentido mais profundo do social que a gente possa pensar. Tem esse mundo tão violento que a gente vive, em que não existe direitos humanos, que ainda existe fome, que várias coisas estão aí sendo dilapidadas. A Fotoativa, assim como outros vários pequenos núcleos, são lugares de sobrevivência, de força, união e de construção humana junto com os outros”, disse Orlando.

Projetos para 2024

Além da criação do selo, a Fotoativa comemora as 4 décadas com grandes planos. Segundo Irene Almeida, presidente da Associação Fotoativa, o foco principal é a restauração do espaço. “A gente está focado nesta reforma que vai tornar esse lugar mais acolhedor do que já é. Mesmo que de uma forma, digamos que, precária, eu acho que a gente consegue trazer as pessoas e fazer com que elas se sintam bem acolhidas aqui. Então o projeto maior é esse, de conseguir o restauro”, apontou Irene.


Além disso, ela explica que exposições, oficinas e outros projetos especiais devem movimentar o ano especial para a associação. “Nós temos muitos projetos para este ano. Por exemplo, o de residência, que já começou ano passado e que este ano a gente vai receber vários artistas do Brasil e de fora. Junto com o Sesc, firmamos essa parceria para eles trazerem uma exposição e fazer um corredor de ligação Fotoativa com o Sesc”, falou. 

Irene acompanha a história da associação há 20 anos, e fala sobre o aprendizado com a associação. “Tudo que pude viver aqui me fez entender melhor algumas coisas, sabe? Então, o importante é estar lidando com as pessoas, de estar conhecendo, de estar ouvindo, de estar. Quando eu levo algo para alguma das oficinas, eu trago muitas coisas boas. É uma troca”, concluiu a presidente.

 

 

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