Festividade de São Benedito é encerrada com Marujadas, em Bragança
Este ano, a festividade celebrou o reconhecimento como Patrimônio cultural e imaterial do Brasil.
Pela primeira vez ao longo de 226 edições, a Festividade de São Benedito, no município de Bragança, nordeste paraense, ocorreu com o título de Patrimônio cultural e imaterial do Brasil, reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Este ano, o tema escolhido para a festividade foi “São Benedito, Lírio de Pureza, fazei-nos vossos imitadores!”.
Durante 25 e 26 de dezembro, marujos e marujas e visitantes se reúnem em diferentes atividades como missas, novenas, ladainhas, procissões fluviais e terrestres, atividades culturais e apresentações da Marujada, além da tradicional cavalhada, disputa entre cavaleiros. Ao longo de dois dias, mais de 130 mil pessoas passaram pelo município.
“O povo de Bragança vive hoje um dia especial, nós temos o privilégio de desejar um Feliz Natal dia 25 e da 26 desejar feliz São Benedito. Todas as pessoas de Bragança que vem essa devoção, trazem dentro do peito e da vida, principalmente a fé, a lágrima e a emoção, uma graça alcançada por intermédio da intercessão do glorioso São Benedito. Este ano, a festa se reveste de uma coisa muito especial, um fato extraordinário, a festa de São Benedito em Bragança e mais alguns municípios tornaram-se Patrimônio cultural e imaterial do Brasil. A nossa festa de Bragança, agora é de todo mundo, assim como São Benedito, um santo muito popular e de uma devoção muito característica do povo”, disse o Professor Dário Benedito.
Ao longo dos dois dias, a Marujada, que reúne dança e música, se tornam o ponto alto da festividade. No primeiro dia, os marujos e marujas se veste com traje em azul e branco, em homenagem ao menino Jesus, e no segundo dia, de vermelho e branco, em homenagem a São Benedito.
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Para a procissão solene com a Imagem do Glorioso São Benedito do Andor, a equipe de ornamentação do andor foi comandada por Danilo dos Santos e composta por Danilo, Clotilde, Cristina e Warlan. No andar de São Benedito tinham Lírios Brancos, fazendo alusão ao tema da festa, e folhagens de eucalipto.
“Hoje, nesses 226 anos de cultura, a fé que a maruja e o marujo tem à São Benedito, é o nosso reconhecimento. É isso que temos que comemorar, pelo reconhecimento que Bragança, junto com a Marujada, tem. Estou como presidente há 38 anos, e a gente prepara o ano todo, quando começa a sair as imagens, as ações para a festividade. Minha conexão com a marujada vem de família, o meu pai recebeu do avô dele, eu já recebi do meu pai”, avalia João Batista Pinheiro, presidente da Irmandade de São Benedito.
A Marujada ocorrem também em outros municípios da Zona Bragantina, como Augusto Corrêa, Capanema, Primavera, Quatipuru e Tracuateua; e em outras regiões.
“Sempre a cada ano é muito intenso, e a cada ano que passa a gente sente que essa manifestação cultura ganha mais visibilidade principalmente este ano que é muito especial para a Marujada que foi reconhecida como Patrimônio cultural e imaterial do Brasil, isso é uma coisa muito boa para o Estado do Pará, ou seja, ninguém mexe mais com a Marujada, ela está preservada. E também as músicas, eu falo pela minha parte, a gente tem mais composições para a Marujada e São Benedito, esse é o nosso meio de contribuição, para que essa festa nunca perca essa visibilidade e importância, que ela sempre seja valorizada e reconhecida para ir perpetuando essa tradição”, finaliza Tony Soares, compositor, músico e educador.
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