Festival "Belém no prato" estabelece laços entre chefs e produtores

Nos dias nos dias 4, 5 e 6 de março diversos estabelecimentos de Belém oferecerão em seus menus um prato especial feito exclusivamente para o festival

Bruna Lima
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De uma "indignação" com a falta de incentivo com os produtores locais que a chef Esther Weyl sentiu a necessidade de organizar a primeira edição do Festival Belém no Prato, que é uma forma de estreitar a relação entre produtores e chefs do estado. Nos dias nos dias 4, 5 e 6 de março diversos estabelecimentos de Belém oferecerão em seus menus um prato especial feito exclusivamente para o festival. A regra é: cada chef precisa usar um produto com o qual foi sorteado.

No sábado (5), o Restô do Porto receberá entre 10h às 14h todos os produtores para uma feira especial. Para quem quer conhecer produtos especiais como chocolate, laticínios, geléias e até cerveja feita por produtores paraenses, a feira vai apresentar produtos diversificados.

De acordo com a chef Esther Weyl, organizadora e idealizadora do evento, a ideia de criar o festival surgiu a partir de um incômodo com o fato de os restaurantes paraenses ficarem reféns de produtos de fora, sendo que o Pará tem os produtos disponíveis. "Com isso vieram vários questionamentos e, principalmente, o que que diz: porque não comprar do mercado local?", disse a chef.

E com isso surgiu a ideia de movimentar o ramo gastronômico da cidade. "O festival vai ser uma forma de comunicação entre produtores e chefs. Nós vamos sortear produtores e chefs para que forme duplas e os chefs vão preparar em seu próprios restaurantes um prato com o produto fornecido pelo produtor", explica Esther Weyl.

Os pratos foram organizados e criados previamente para que nos dias do festival eles sejam servidos aos clientes. Além dos restaurantes, é uma forma também do público conhecer os produtores de alimentos. Para acompanhar tudo e saber quais são os sorteios entre chefs e produtores e os pratos que vão sair dessa combinação é só seguir o @festivalbelemnoprato.

O festival possibilita benefícios variados para a cultura local, mas Esther Weyl reforça sobre a importância de gerar uma mudança, principalmente, na cabeça dos chefs, já que eles têm o poder de influenciar o público para consumir os produtos locais. "Comprar mais o que é nosso, conhecer nossos produtores, ter essa relação mais próxima, estreitar esse laço, pois sinto que a boa comida começa antes de chegar no restaurante. Ela começa onde foi plantada e toda a história”, destaca a chef paraense, que espera que com novas edições seja possível mudar a mentalidade da economia local.

Thyago Guarany é chef do Mirakuru, um dos 22 restaurantes selecionados para criar um prato com o insumo de um dos 22 produtores. Por sorteio, ele ficou com as ostras do Jairo de São Caetano de Odivelas. "Como somos de comida asiática, optamos por fazer uma yakisoba de frutos do mar com macarrão negro, feito no próprio Mirakuru, e, para enaltecer o produto do Jairo, colocamos duas ostras no bafo finalizadas com molho ponzu", explica o chef.

A trajetória de Thyago Guarany na gastronomia iniciou ainda criança, ajudando as duas avós a cozinhar. Já mais velho, fez faculdade de gastronomia na Allain Ducasse Education/Estácio-RJ. "Ainda no Rio, tive contato com a alta gastronomia, mas nunca me identifiquei com esse tipo de cozinha, onde a forma, às vezes, fica acima do sabor. Quando voltei para Belém, montei o Mirakuru, que é uma Foodbike de comida de rua internacional. Nele, tentamos colocar o sabor acima de tudo: acima do marketing, contabilidade e outras operações de um restaurante convencional", explica o chef.

A chef Sabrina Barbosa, proprietária da Suspirosa Confeitaria, está fazendo par no festival com o Pirarucu defumado do Caribé e como desafio para um prato inédito ela criou o Choux creme de pirarucu defumado. Ela diz que o festival é importante tanto para estreitar os laços entre os empreendedores do mercado local da gastronomia, mas também para dar ânimo na economia, pois em virtude da crise o mercado anda desaquecido.

“É muito importante esse tipo de incentivo, pois é uma forma de comunicar, estabelecer parcerias e expandir os laços”, pontua a chef Sabrina Barbosa.

Nos dias 04, 05 e 06 de março você pode conferir nos restaurantes abaixo o que eles vão fazer com um produto sorteado para o festival. Fique atento a programação de cada um pelo instagram @festivalbelemnoprato.

Restô do Porto - Granola da Manioca

Santa Chicória - Chorizo de sol do Traz que eu Asso

Mirakuru - Ostras do Jairo

Casa do Saulo Quinta das Pedras - Burrata da Lattaly

Famiglia Sicilia - Queijo do marajó da Mironga

Ver o Açai - Ovos caipiras do O Paiol

Zio - Farinha e Tucupi da Comunidade Espírito Santo de Itá

Aviú do Parque e laticínios Kamy

Muamba e Gin de Jambu da AMZ Tropical

A Oca e melaço de mandiocaba do Instituto Laurinda

 Suspirosa Confeitaria e pirarucu defumado do Caribé

Beiju Xica e cervejas da Uriboca

Amazon Deli e molhos do Bressanim Cozinha

Vanilla Belém e chá de cacau do Instituto Laurinda

Cozinha Dag e Cogumelos Santa Bárbara

Di Mare e Linguiçaria Paraense

Sushi Ro e brotos de coentro do Clio

Siguaraya e Chocolateria Mendes

Araguaia e tucupi preto da Manioca

Burger & Co e Fermenta Caboco

 Pug Pizza e mel do Instituto Peabiru

Premium Steaks e Pirarucu da Mexiana

Pub O Lenhador e NSE Camarão

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