‘Família Larêdo’: livro conta a trajetória da família amazônica de escritor paraense
Em mais de 1.500 páginas, o escritor e jornalista Salomão Larêdo narra os fatos que marcaram e marcam a história de seus familiares na Amazônia
Para serem preservados os ecossistemas naturais da Amazônia, em particular, as pessoas que moram nessa região, é fundamental se conhecer a história de todos que vivem no território, no sentido de cultivar relações construtivas, sustentáveis. Assim se expressa o escritor paraense Salomão Larêdo, 75, que acaba de dar um exemplo concreto nessa direção, ao lançar uma edição revista ampliada do livro que conta a história da família dele, a partir da localidade de Vila do Carmo, no município de Cametá, no Pará. Essa publicação está, por ora, restrita aos membros desse núcleo familiar, e narra a trajetória singular dessa família, mas com traços semelhantes a muitas outras no solo amazônico.
O livro intitula-se “Família Larêdo - origens e desenvolvimento – memória familiar, emotiva, social, histórica, geopolítica, afetiva. A Família Larêdo de Milton e Lady Larêdo”. Como explica Salomão Larêdo, o livro cuida dos registros das origens da família como um todo, abrangendo os pais dele (Milton e Lady) e os irmãos Adalcinda, Ocirema, José e Abrão Larêdo.
“Somos naturais da Vila do Carmo cametaense. Nascemos na beira do rio Tocantins - o mais bonito do mundo -, descendentes de Jacob José Bensabath Laredo, judeu sefardita marroquino. Chegamos em Belém, no dia 8 de novembro de 1961”, conta Salomão Larêdo. Para a confecção do livro, ele pesquisou muito, reunindo um acervo fotográfico, entrevistas, anotações, relato oral de familiares, amigos e conhecidos. Resultado: 1.522 páginas de pura emoção. O livro é xerocopiado, com uma capa de Ridney Costa, organizado por Eduarda Abreu, encadernado por José Edivaldo e escrito por Salomão Larêdo, pela Salomão Larêdo Editora.
Salomão revela que esse trabalho era alentado pelos tios Jaime e Artênio Larêdo e teve, a partir de 1979, seus registros consolidados e colecionados, por recomendação do pai dele, Milton Larêdo, que faleceu em 1993 (sem ter visto a obra) e incentivado pela mãe Lady e o tio David Larêdo. Em 2022, saiu a primeira edição, com o apoio da esposa de Salomão, Maria Lygia Nassar Larêdo e do filho dele, Filipe Nassar Larêdo.
Quem somos
Autor de “textos literários marginais com a linguagem do subúrbio que se afiam, se afinam e se afirmam na ação criativa conflituosa dos personagens”, Salomão Larêdo nasceu em 23 de abril de 1949, na Vila do Carmo, na beira do Rio Tocantins, e morou em vários municípios do Baixo Tocantins. “Aprendi com meus pais a gostar de ler e escrever e apreciar o lendário e o imaginário do nosso lugar”, conta.
Larêdo desembarcou em Belém no ano de 1961, e de família pobre, ele e os irmãos, estudaram para completar o ensino superior. Salomão é advogado, jornalista, pós-graduado em Letras, professor, escritor e atuante pela democratização do livro, da leitura e da formação do leitor crítico.
Sobre a COP 30 em Belém, em 2025, esse autor de mais de 50 obras e prestes a completar 60 anos de vida literária em 2025, destaca: “A maior preparação nossa é de valorizar o que é nosso, conhecer nosso lugar, nossa cultura, nossa gente, amar para defender e poder dizer e contar aos outros quem somos e porque estamos aqui e desse jeito e aí sim, quando o outro chegar aqui e perceber que valorizamos o que é nosso, que nos respeitamos, respeitamos as coisas em nosso redor e entorno, não será preciso falar mais nada, o exemplo será um ótimo resultado para toda a humanidade”.
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