Fafá de Belém revela que ameaçou se jogar de carro em movimento para fugir de assediador
Em papo que misturou momentos de drama e de humor, a cantora que está comemorando 45 anos de carreira conta sobre sua trajetória como artista, da adolescência em Belém a situações de machismo
Fafá de Belém já ameaçou se jogar de um carro em movimento para escapar de assédio sexual. Esta foi uma das muitas lembranças comentadas pela artista no novo episódio do podcast Debates Inúteis, comandado pelo trio Alvaro Leme, Melina Harden e Thiago Pasqualotto. “Um dia, peguei carona com um cara após uma festa da Rádio Globo. Vi que ele estava no caminho errado, alertei que morava para o outro lado. Ele colocou a mão na minha perna e perguntou se eu tinha certeza que não queria ir com ele”, relata a cantora, que manteve o sangue frio na hora mas chorou muito ao chegar em casa.
Apesar da cultura machista do “teste do sofá” que marcou décadas do meio artístico, Fafá conta que sempre soube se impor. Que sua sensualidade, seu decote e seu estilo exuberante existiam para o palco, enquanto nos bastidores sua postura era firme com qualquer avanço. “Aprendi muito cedo o poder de dizer ‘não’”, diz ela. Outro momento em que precisou se impor: aos 18 anos, quando o diretor de sua primeira gravadora elogiou sua voz mas ordenou que ela emagrecesse dez quilos. “Eu vim pra cá pra ser cantora, não pra ser atriz de teatro de rebolado.”
Hoje com 64 anos de vida e 45 de carreira, a artista contou ao podcast sobre sua renovação de público, alavancada pelas redes sociais. Após essa volta, veio o convite do “Domingão do Faustão” para participar do quadro “Show dos Famosos”. “Minha vida é uma eterna descoberta”.
Gargalhada famosa
Como sempre, uma conversa com Fafá de Belém não poderia deixar de fora sua icônica e inconfundível gargalhada. Dessa vez, ela foi questionada se sua risada já a colocou em algum constrangimento. “Já tomei uma guarda-chuvada na cabeça de uma velhinha quando fui assistir O Mistério de Irma Vap. Ela me bateu e gritou ‘cala a boca, eu não tô ouvindo nada’.”
Por outro lado, um dia seu telefone tocou de madrugada e uma pessoa que ela conhecia apenas superficialmente pedia insistentemente que ela desse uma gargalhada. Após relutância de sua parte, a mulher contou que era médica, estava num plantão bem difícil com uma equipe da linha de frente do combate à COVID-19, e que sua risada seria um alívio para todos. Atendeu o pedido prontamente, além de conversar com os profissionais de saúde por chamada de vídeo, hábito que incorporou à sua rotina por alguns meses.
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