Exposição “Floresta Negra” une pinturas e realidade aumentada na Galeria Theodoro Braga
Baiano Anderson Santos traz suas obras para exposição na Fundação Cultural do Pará
Uma mostra que se utiliza de recursos de realidade aumentada para dar acesso a conteúdos audiovisuais a partir de pinturas expostas é a exposição “Floresta Negra”, do artista baiano Anderson Santos, aberta na Galeria Theodoro Braga, na Fundação Cultural do Pará (FCP). Os visitantes podem transitar entre a produção de pinturas a óleo e digital, vídeos, e uma escultura digital.
O público conta com recursos tecnológicos, como um conjunto de 12 pinturas entre óleo sobre telas, um vídeo transmitido na TV da galeria e uma escultura em 3D, com o intuito de construir um espaço de intersecção onde a pintura, a realidade aumentada e o vídeo convivem harmoniosamente. A exposição foi contemplada pelo Prêmio Branco de Melo 2023, que tem por objetivo ocupar as pautas das três galerias da Fundação. As visitações seguem até 28 de agosto.
A exposição conta com um aplicativo chamado Eosliber, disponível para usuários de IOS e Android, para que os visitantes possam acessar o conteúdo em realidade aumentada contido em várias imagens ao longo da mostra, mas a experiência de visualização só ocorre diante das obras que serão expostas.
Nascido em Salvador (BA), o artista Anderson Santos é um pintor figurativo, que transita entre as técnicas do óleo, trabalhando principalmente sobre tela, cartão e madeira. Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), expôs nas principais capitais brasileiras. Ele também participou na Itália da Expoarte em Milão, em ocasião da Expo 2015 e da Esposizione Triennale delle Arti Visive em Roma.
A relação com os filhos ajudou o artista a criar suas obras e o conceito da exposição. “Tenho dois filhos pequenos e eu tinha o costume de quase todas as noites ler histórias infantis para eles, e foi quando eu percebi que a maioria das histórias tinham florestas, selvas ou lugares com densas vegetações. Comecei então a relacionar esta descoberta do protagonismo da floresta como lugar onde surgem, com o momento de agora, dessa era antropocênica que vivemos e do obscurantismo político mundial, e em particular, com o cenário local”, descreve o artista.
O título “Floresta Negra” é uma reflexão sobre o quanto os homens não conhecem e chegam a temer a floresta. “A escuridão da floresta se dá porque nós não ousamos conhecê-la de verdade e nem podemos, porque ela se prefigura como território maior da nossa imaginação. Nele projetamos todos os nossos medos, desejos e anseios. Hoje muitos ouvidos se voltam para as vozes que vêm de dentro do escuro das florestas do mundo. Tentam criar novos tipos de relações com os saberes dos povos que, ao longo dos séculos, cultivaram outros modos de viver, diversos do modelo em que vivemos, isto porque o modelo vigente está afundando, como a cidade de Veneza”, destaca Anderson.
O Prêmio Branco de Melo foi criado para ocupar as três galerias da Fundação Cultural do Pará, premiando artista de todo o país e incentivando a cultura. A nova exposição faz parte do edital publicados em 2022. A partir de outubro deste ano, será possível inscrever projetos para a edição de 2024. Os projetos contemplados englobam diversos tipos de obras artísticas como desenhos, pinturas, fotografias, instalações, artes integradas, dentre outras linguagens da arte contemporânea.
Serviço: Mostra “Floresta Negra”
Visitações até 28 de agosto.
Horário de visitação: segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
Endereço: Av. Gentil Bittencourt 650, Nazaré, subsolo da Fundação Cultural do Pará.
Entrada gratuita.
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