Exposição exibe documentos históricos de Belém
A programação do Arquivo Público do Estado do Pará é alusiva aos aniversário de 405 anos da cidade
Documentos antigos contam a história de Belém na exposição “Belém, 405 anos de História e Memória”, que está sendo realizada pelo Arquivo Público do Estado do Pará (APEP) em homenagem aos 405 anos de fundação da capital paraense. Entre os documentos raros da mostra está o “Marco da Légua”, que confere o início da Cidade das Mangueiras. A exposição está aberta à visitação pública e gratuita até o próximo dia 29 de janeiro, de segunda à sexta-feira, das 8 às 14 horas.
Os visitantes poderão observar os documentos originais protegidos em montras, espécie de redomas de vidro, e também manusear as cópias desses documentos. O “Marco da Légua” é o registro de doação pelo reinado português de uma légua de terra para a Câmara da cidade de Belém. O documento é datado de 1727, mas recupera o registro feito em 1627. “Esse documento é a formalização do início da cidade, que definiu os limites do território, é a certidão de nascimento de Belém”, compara o diretor do Arquivo, o historiador Leonardo Torii.
Outro documento de importância histórica da mostra é o ofício de 1839, sobre intenção de construir uma ponte no Ver-o-Peso. O documento foi emitido pela Câmara de Belém para o presidente da Província do Grão Pará, Soares de Andréa, pedindo autorização para a retomada dessa obra, que havia sido paralisada em razão dos combates da revolta popular em Belém. “Não sabe se essa ponte foi construída. Ela seria erguida na Pedra do Peixe e, provavelmente, faria a ligação daquele ponto com a Feira do Açaí. O documento se reporta à grande importância do Ver-o-Peso para a sociedade da época, destaca que o lugar era extremamente movimentado, requintado e servia de principal entreposto comercial de Belém. O documento foi emitido ainda durante no período da Cabanagem, mas o movimento não estava mais em Belém, mas no interior do estado. O governo tinha conseguido debelar o movimento na capital. Belém já era uma cidade do governo imperial, já tinham tomado a cidade de volta”, destaca.
Também é possível conhecer a carta de sesmaria de Theodoreto Soares Pereira, de 1728, que marca o início da ocupação do bairro do Guamá, o mais populoso da Belém da atualidade. E, ainda, o documento da Secretaria do Governo, de 1986, sobre algumas reformas realizadas no Theatro da Paz naquele ano; fotografias de Belém do final do século XIX e do início do XX; entre outras publicações e livros sobre a cidade de Belém.
“A exposição ajuda a visualizar as muitas mudanças que a cidade de Belém passou ao longo do tempo. Temos documentos do período colonial, imperial e republicano”, conta Torii.
Prédio
Prédio do Arquivo Público do Estado do Pará (Rodolfo Oliveira - Divulgação)
A visitação ao prédio histórico de estilo neoclássico, onde funciona o Arquivo Público do Estado no centro comercial de Belém, é uma atração à parte. O imóvel datado de meados do Século XIX, é embelezado por mobiliário de época. Normalmente, o prédio é visitado apenas por pesquisadores e historiadores. “O prédio do Arquivo Público pertencia a um banco privado e foi comprado pelo estado, na gestão do governador Lauro Sodré, em 1894, para sediar uma biblioteca pública. Em 1901, um decreto instituiu também o Arquivo Público junto à biblioteca”, explica. O imóvel é tombado como patrimônio histórico e material do estado.
Cuidados
A visitação ao Arquivo Público do Estado está sendo realizada dentro em obediência aos protocolos de saúde para evitar aglomeração e prevenir a disseminação da Covid-19. Por isso, está sendo permitida somente a entrada de até dois visitantes por vez com o uso de máscaras obrigatório e, também está sendo disponibilizado álcool em gel no local.
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