'Estou com muita saudade de vocês, e ansiosa para esse reencontro', diz Elza Soares sobre Belém
Cantora é atração confirmada do Festival Psica 2021, e desembarca na capital paraense em dezembro para apresentar o show 'Onda Negra'
A mulher do fim do mundo, a cantora brasileira do milênio, a única capaz de substituir Ella Fitzgerald, a Maria da Vila Matilde: as várias Elzas Soares. São todas essas em uma só que chegam para um show no Festival Psica 2021, em Belém, marcado para ser realizado entre os dias 14 e 19 de dezembro. Elza traz à capital paraense seu show mais recente, “Onda Negra”, onde divide o palco com o rapper Renegado: um espetáculo que celebra o orgulho negro e toca em temas urgentes, como a luta antirracista, contra a violência sofrida pelas mulheres e contra a homofobia.
O show foi confirmado no line-up do Festival Psica na segunda-feira, 8, fechando a lista de nomes que se apresentam no evento de dezembro, marcando o retorno dos festivais de música presenciais em Belém. Elza & Renegado somam à lista de atrações junto a Chico César, Karol Conká, Black Alien, Marina Sena, Tasha & Tracie, Potyguara Bardo, Nic Dias + Vandal, entre outros, que se dividem em três palcos além da aparelhagem Gigante Crocodilo Prime, que será montada no evento com toda a estrutura.
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Sobre o show no Festival Psica 2021, Elza Soares falou com exclusividade ao jornal O Liberal. Aos 91 anos, ela se mantém relevante na história da música brasileira, mas além disso, mantém a eletricidade nos palcos, mesmo sentada. Impedida de fazer shows presenciais na pandemia, ela fala sobre a ansiedade em poder reencontrar com o público ao vivo novamente.
“Realmente a pandemia foi um arraso para todo mundo, mas estou chegando em Belém, gente, me aguarde por favor”, diz Elza, sem esconder a ansiedade. “Estou com muita saudade de vocês, e ansiosa para esse reencontro. Se Deus quiser vai ser tudo de bom”, completa.
Sobre as várias Elzas Soares que foi e é ao longo do tempo, destacadas em sua biografia escrita por Zeca Camargo, ela conta qual destas é hoje, a que chegará ao palco do Festival Psica.
“Continuo sendo Elzas. Essas Elzas, não sei, força do poder. Mas são vocês que fazem isso comigo. Eu sem vocês nada sou”, conta a artista. “A Elza continua sendo a Elza que ama a todos. Elza e Elza, sempre Elza. Muito simples, sempre com humildade, mas querendo as coisas boas”, completa.
Chegando a Belém com o show “Onda Negra”, Elza e Renegado defendem um repertório baseado nos clássicos de carreira e em lançamentos recentes dos dois. Ela, que completou 91 anos em 2021, vive atualmente sua primavera na carreira e vida pessoal. Após o sucesso dos lançamentos dos últimos anos, período iniciado com o aclamado álbum “A Mulher do Fim do Mundo” (2015), seguido pelo sucesso de público e crítica “Deus é Mulher” (2018) e o celebrado disco “Planeta Fome” (2019), Elza Deusa Soares - título recebido na homenagem no desfile da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel no carnaval do Rio de Janeiro em 2020 - se reinventa e apresenta outro espetáculo com proposta vanguardista e incisivo, mas também emocionante, ao lado do seu mais novo afilhado musical, o cantor e rapper, Renegado.
Ansiosa para voltar ao Pará, Elza traz “Onda Negra” para o Festival Psica, marcado por promover pautas raciais e ampliar o espaço para artistas negros e periféricos. Headliner do evento, ela fala sobre a importância de cantar em eventos alinhados com o seu discurso.
“Com essa pauta tão importante, vou chegando com meu povo, com minha gente, com minha raça, com força, com coragem, e agradecendo sempre a vocês”, diz Elza, que depois de cantar "Última Lágrima" ao lado de Dona Onete e Alcione no último disco de Gaby Amarantos, não descarta a possibilidade de dar a voz novamente a uma composição paraense.
“Eu canto tudo o que vier para mim de bom. Saudade de vocês [paraenses]. Mas cantando o que é de bom, tudo o que vem pra mim, eu canto. Sendo bom, lá vai eu”, diz.
Festival Psica 2021
Já considerada a maior de sua história, a 9ª edição do Festival Psica terá seis dias de duração e um total de 42 shows que celebram a música preta brasileira, especialmente a afro amazônica. O Festival começa no dia 14 de dezembro com programações formativas. No dia 17, a festa tem início com um dia gratuito de evento, em um local que ainda será divulgado. No sábado e domingo, dias 18 e 19 de dezembro, a programação faz morada no estacionamento do Shopping Bosque Grão-Pará, com três palcos.
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