Espetáculo MOMO reflete sobre a vida em correspondência de pai e filho
Peça será encenada neste final de semana na Casa dos Palhaços
Prestes a entrar em segunda temporada o espetáculo, MOMO traz a dor e alegria da própria existência. Criado e encenado por Alberto Silva Neto é inspirado na correspondência trocada entre o pai e o avô de Alberto misturada às reflexões de pensadores, escritores e dramaturgos. “MOMO é um espetáculo solo autobiográfico que não se enquadra em gêneros. Tem dor e alegria. É um mergulho fundo na minha alma em busca do autoconhecimento”, explica Alberto Neto.
O espetáculo chega para segunda temporada. As primeiras apresentações ocorrem até o próximo 10 de março, às 20h, na Casa dos Palhaços, localizado na travessa Piedade, nº 533. A bilheteria abre às 19h, com ingressos a R$ 40 (meia entrada a R$ 20).
A cena concebida pelo artista e professor Alberto Silva Neto tem origem na prática da atuação cênica como veículo para uma reflexão sobre a própria existência. Com 54 anos, ele utilizou a história familiar para o espetáculo.
No teatro paraense, ele atuou nos grupos Experiência, Palha e Cuíra. Em 1989, foi um dos fundadores do USINA. Desde 2004 dirige espetáculos do grupo tais como “Tambor de Água”, “Parésqui” e “Solo de Marajó”. Alberto é doutor em Artes e professor da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde coordena o projeto de pesquisa PACATU – Processos para a Autonomia Criadora do Atuante.
Numa encenação sem muitos elementos cênicos, Alberto Silva Neto busca realizar um ato de sinceridade, revelando-se sem disfarce para as testemunhas de uma confissão íntima. “Em MOMO eu procuro fazer um ato de confissão para as testemunhas que assistem, sem praticamente nenhum recurso cenográfico. É uma encenação crua que enfatiza minha atuação”, explica o autor e artista.
A correspondência de 1960 entre pai e filho passam pelas preocupações profissionais e pessoais com o futuro. A esse assunto o criador juntou fragmentos de autores que o acompanham, como Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Max Martins, Mário Faustino, T.S. Eliot, Nietzsche e Antonin Artaud.
É de Antonin Artaud que a peça empresta o título MOMO, já que esse era o apelido de Artaud quando criança em Marseille, cidade natal na França. A expressão é usada para nomear o bobo, aquele que é ridicularizado por não se entender o que diz, mas que profere profundas verdades incômodas de ouvir.
TEMPORADA – MOMO cumprirá agenda neste primeiro semestre com participação em três eventos. No dia 28 de março participa da I Mostra de Solos Casa SESC de Artes Cênicas – Teatro e Circo.
Em maio, haverá outras duas apresentações. No dia 04 estará na próxima edição do Festival de Solos do Pará, em Santarém – evento no qual Alberto também conduzirá uma oficina de atuação e uma conversa com artistas da cena. No dia 29, MOMO será apresentado no Seminário de Dramaturgia Amazônida, promovido pela Escola de Teatro e Dança da UFPA.
SERVIÇO – Espetáculo MOMO
Data: hoje (09) e amanhã (10)
Horário: às 20h
Local: Casa dos Palhaços, localizado na travessa Piedade, nº 533.
Ingressos: R$ 40 inteira e R$ 20 meia.
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