Escritor Marcos Siscar se reúne com poetas e leitores em Belém nesta quarta (5)

Poeta vem trocar informações sobre a arte de escrever em evento no espaço Ná Figueiredo, no centro da capital paraense

Eduardo Rocha
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Para se surpreender, descobrir novos sentidos a partir da escrita e escuta de um poema, é preciso sair de si. Para conversar sobre essa arte de escrever, o poeta paulista Marcos Siscar estará em Belém, nesta quarta-feira (5), às 19h30, no Núcleo de Conexões Ná Figueredo, para uma Jornada de Leituras e Conversações a respeito da sua obra. Ele também vai lançar o seu mais recente livro de poemas "Isto não é um documentário". A entrada do evento é franca.

Das conversações, além de Siscar, participarão Leila Coroa, André de Aquino, e, das leituras, Giselle Ribeiro, Margarida Pontes, Thiago Batista, Rodrigo Briveira e Ney Ferraz Paiva.

A música ao vivo ficará por conta do DJ Damaso. O Núcleo de Conexões Ná Figueredo fica na avenida Gentil Bittencourt, 449, no bairro de Nazaré.

Marcos Siscar nasceu em Borborema (SP), tem 60 anos de idade e atua como professor da Unicamp. Ele relata que descobriu a poesia nos livros, na escola, nas narrativas e canções populares com a mãe dele, com o tio e nos rádios e discos. Siscar diz que aprendemos a ter um olhar poético (em vários sentidos) para as coisas, pessoas e lugares. “Poesia também é um modo de sair do círculo vicioso daquilo que acreditamos que sabemos sobre nós mesmos", completa o raciocínio Siscar.

Os poemas de Siscar se distinguem por misturar eventos muito miúdos da experiência cotidiana com reflexões mais amplas, inquietações mais gerais, "como se as coisas estivessem sempre em contato". "São textos com forma e estilo muito diferentes entre si, em verso livre, em prosa, parodiando outros gêneros e linguagens... Não têm uma homogeidade muito grande. Mas têm elementos reconhecíveis, como a surpresa no modo de cortar os versos ou de apresentar determinados assuntos. Meus poemas são sobretudo minha forma de conhecer o mundo e de me constituir como pessoa", ressalta esse vencedor do Prêmio Jabuti com o livro de ensaios "De volta ao fim", em 2017.

Questionado se escrever é uma surpresa, uma descoberta para quem escreve e para quem lê, Siscar destaca: "Deveria ser. Mas, sem querer abusar do paradoxo, eu diria que é preciso antes descobrir onde está a surpresa, aprender a surpreender-se. Isso não é uma coisa dada. É preciso construir sua própria relação com a escrita, lendo e eventualmente escrevendo. E isso só acontece de fato quando estamos dispostos a conviver com a literatura e com a poesia; quando temos também a possibilidade de contato com a literatura e com a poesia. Ou seja, depende também de uma presença desse tipo de prática artística no espaço público, de políticas que não a reduzam à injusta categoria de anacronismo".

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