Emicida traz a Belém 'A Gira Final' da turnê AmarElo nesta sexta-feira, 28
O artista mobiliza a expectativa dos fãs que aguardam o show que encerra o Festival Ambienta
Um dos artistas mais relevantes da música brasileira contemporânea, Emicida traz “A Gira Final” da turnê do álbum “AmarElo” a Belém, encerrando nesta sexta-feira, 28, a programação da terceira edição do Festival Ambienta. O evento foi iniciado na última quarta-feira, 26, e visa articular apresentações artísticas com oficinas e diálogos em prol da superação do racismo ambiental e da crise climática no mundo. Em consonância com as preocupações de seu tempo, Emicida promove com seu espetáculo um ritual de despedida do disco que, além de gerar um documentário, o filme “AmarElo- É tudo pra Ontem”, da Netflix, cativou a sensibilidade de muita gente no país.
A apresentação vai acontecer no Espaço Náutico Marine Club e contará com participações especiais dos cantores e músicos paraenses Felipe e Manoel Cordeiro, e da rapper Nic Dias. O público presente também contará com espetáculos do grupo Nômade Orquestra; Baile do Mestre Cupijó, com participação de Júlia Passos; KL Jay e Kim Freitas.
O nome da turnê foi escolhido por Emicida por dois motivos. “Gira porque é uma coisa espiritual mesmo, do candomblé e porque, na América Latina, os artistas não chamam de turnê. Eles chamam de gira. Esse duplo sentido é especial. Muitas pessoas falam da espiritualidade do espetáculo, de associar com o culto, com a catarse, com a redenção. É a última oportunidade de participar dessa catarse", explicou o rapper na entrevista de lançamento da turnê, em janeiro deste ano.
Sobre o projeto AmarElo, Emicida considera ainda que foi um trabalho de sucesso, que cumpriu com suas propostas, atingindo um lugar especial para ele. “Eu me sinto realizado, feliz e satisfeito. A gente conseguiu impulsionar a música do nosso país. Poder ser entendido como alguém que tá dando continuidade nessa trajetória é algo que me coloca num lugar pessoalmente muito realizado. Aqui a gente partilhou uma coisa que é especial para a cultura do nosso país”, afirmou o compositor, na mesma ocasião.
Expectativa de fã
A produtora cultural e historiadora Andressa D'Angelis é uma das fãs do rapper e está feliz pela oportunidade de vê-lo pela primeira vez. “As expectativas são as mais altas possíveis. Eu particularmente sou muito apaixonada por esse álbum (AmareElo). Me emociono todas às vezes que escuto porque são canções muito fortes. Ao vivo com certeza isso vai se multiplicar, ainda mais em um momento de encerramento desse ciclo tão simbólico, não só para o rap, mas para toda a indústria musical brasileira”, exalta.
O interesse pelo artista, seguindo a produtora, começou quando ela era ainda estudante no Ensino Médio. “Desde então, venho acompanhando a trajetória incrível dele, conheci o caminho dele das batalhas de Rap e fui cada vez mais admirando seu trabalho. Para mim, o que mais acho incrível dele é o fato de honrar os grandes mestres do movimento hip-hop e demais mestres de várias áreas da cultura”, elogia.
A admiração da fã vai além dos trabalhos já produzidos e faz com que ela imagine o que poderá ainda ser feito pelo artista. “Eu creio muito que ele vai continuar chegando a lugares que a gente nem imagina, já tivemos Emicida cantando com o Mundo Bita, tivemos o documentário do AmarElo, ele já escreveu livros, a lista é muito extensa... E, como fã, eu gostaria muito de ver ele mais ainda se aprofundando no samba, que é algo que ele já mostra muito nos seus últimos trabalhos”, conclui Andressa.
A carreira de Emicida iniciou com as batalhas de Rap, em São Paulo, e o lançamento do single 2007. Em 2009, ele lançou a mixtape de 25 faixas “Pra quem já Mordeu um Cachorro por Comida, até que eu Cheguei Longe”. Em seguida, em fevereiro de 2010, lançou o Ep “Sua Mina Ouve Meu Rep tamém”. Em 15 de setembro do mesmo ano, foi lançada a também mixtape Emicídio, com um single de mesmo nome. Além de cantor, Emicida atuou como repórter nos programas Manos e Minas, da TV Cultura, no sangue B da MTV Brasil e no programa Papo de segunda do GNT. Seus álbuns de maior repercussão foram “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa”, de 2015, e “AmarElo”, de 2019.
Festival Ambienta
Além dos shows, o Festival Ambienta trouxe este ano o Fórum Ambienta, que colocou em pauta o tema “A Cultura no enfrentamento da crise climática", com a realização de debates e organização de uma Feira de Economia Criativa. “A intenção foi trazer à tona a importância de discutir as crises climáticas e a necessidade de uma mudança de comportamento nas pessoas. Precisamos pensar em um novo modelo de desenvolvimento, de sobrevivência”, afirmou Gibson Massoud, idealizador do festival.
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