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Em entrevista exclusiva, Leci Brandão fala de promessa para Nossa Senhora e música para Belém

A cantora se apresenta neste domingo (25), em Belém, mas em bate-papo exclusivo, ela contou detalhes de sua relação com a cidade.

Bruna Dias
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A cantora e compositora Leci Brandão tem uma voz marcante carregada de história e representatividade. Ela foi a primeira mulher a integrar a ala de compositores da Estação Primeira de Mangueira, além de ter sido a segunda deputada negra da História da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Inserida no mundo do samba, Leci é a cara do Carnaval Brasileiro. Sua trajetória artística começou em 1974, quando ela gravou seu primeiro compacto, mais uma vez sendo pioneira na música. Nesta década, ela desembarcava em Belém para cantar a verdadeira música brasileira.

Entre idas e vindas ao Estado, Leci Brandão se rendeu a música paraense, gastronomia, ao Círio de Nazaré e ao povo. A artista tem no seu repertório uma canção de Nilson Chaves, além disso, ela também escreveu uma música para a ‘cidade das mangueiras’ e fez promessa para Nossa Senhora de Nazaré.

Em “Belém, Meu Bem”, Leci escreve e canta sobre as belezas do município e enfatiza: “Cheguei de lá e não saio mais daqui”. Com tanto amor pela terra, ela teve um pedido atendido por Nossa Senhora de Nazaré que lhe rendeu a ‘graça’ de gravar e lançar seu segundo DVD.
Com tanta conexão, Leci Brandão retorna à Belém neste domingo (25). Sua apresentação será no Festival Aceita, no Espaço Náutico Marine Club, a partir das 19h. Seu show terá a participação da paraense Iara Mê.
Na bagagem, a sambista chega com mais de 40 anos de carreira e dezenas de hits. Acompanhe a entrevista exclusiva de Leci Brandão ao Grupo Liberal.

Você é uma mulher a cara do samba nacional, como é sobreviver artisticamente?

LB: Eu acho que eu tenho sempre a preocupação de fazer aquilo que a minha consciência é respeita e entende. Por isso não tenho preocupação de ter que prestar atenção nessa coisa de constantes transformações, até porque o samba é uma coisa única, o samba é a música da alegria, eu escuto desde pequena, enfim. Então não me preocupo com isso e acho que a gente consegue sobreviver de forma natural e de forma respeitosa ao gênero que a gente conhece desde pequeno.

Como sambista você consegue estar em diversos festivais pelo Brasil que contemplam diversos ritmos, como é fazer parte desses eventos mais democráticos? 

LB: Primeira que eu acho que a democracia é uma coisa que deve estar em todos os lugares né? E como a música é uma das artes que nós temos na vida, é uma coisa boa, acho que o fato de terem outros ritmos para mim é bom, porque eu tenho uma música chamada ‘Bate Tambor’, que fala inclusive da cultura nacional, dos diversos ritmos que existem nesse país chamado Brasil. Portanto, é motivo de muita satisfação e muito orgulho estar nesses festivais, conhecer outros artistas e trocar com eles as nossas vivências e alegrias.

O Carnaval do Brasil também passa por constantes transformações e se torna cada vez mais comercial, como você definiria o Carnaval da atualidade?

LB: Bom, eu prefiro responder com uma letra de um samba que eu fiz em 1975, que fala inclusive dessa transformação que já estava começando no Brasil. Então, eu prefiro falar essa letra que dá para entender exatamente o que que eu acho: ‘Vou fundar uma escola de samba de pouca riqueza e muita verdade, de gente valente cheia de vontade. Será muito mais que simples diversão. Vou fundar uma escola de samba que faça um desfile, mas sem passarela pra que a gente nobre e o povo da favela. No meu carnaval façam a sua união e o destaque da Escola de samba eu vou exigir que seja um sambista pra ver sua foto em capa de revista por direito e por tudo que ele sempre fez. Vou fundar uma escola de samba sem serviço de somas com muita harmonia pois quando o samba é bom não falha a bateria e a pastora cantando não erra uma vez. Vou fundar uma escola de samba sem medo, sem segredo e com enredo cheio de sensatez’.

Belém é uma capital que consome muito samba, tens histórias bacanas aqui?

LB: Eu conheço Belém desde os anos 70, tive o prazer de conhecer a cidade e que acabou vendo uma inspiração para uma música chamada ‘Belém Meu Bem’. Cantei no bar do da Lapinha, conheci o Bosco que é responsável por eu ter na casa da minha mãe toda uma louça de cerâmica. Eu recebi um caixote uma vez duma companhia e me surpreendi, quando fui ver era uma louça completa, um aparelho de jantar com tudo que tem direito, e ainda existe umas peças na minha casa. E foi um presente que eu ganhei da Cerâmica Marajoara. Belém é um lugar que nos recebe com muito carinho, sou também muito grata a Nossa Senhora de Nazaré. Estive na Igreja Nossa Senhora de Nazaré e fiz um pedido pra que eu pudesse gravar um segundo DVD e isso aconteceu, gravei o samba enredo Círio de Nazaré, juntamente com Fabiano Sorriso.

Como será seu show em Belém? Qual música não pode faltar na sua apresentação?

LB: Bom, não pode faltar ‘Isso é Fundo de Quintal’, não vai poder faltar também o ‘Zé do Caroço’ que eu sei que todo mundo espera, não é? ‘Só quero te namorar’ e evidentemente ‘Sabor açaí’ que é do Nilson Chaves, eu amo essa música, não deixo de cantar.

 

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