Economista fala sobre o legado do Papa Bento XVI para a igreja católica

Mário Ribeiro, economista e estudioso do Vaticano, destaca os principais ideais do papa Bento XVI

Thainá Dias

Hoje o mundo acordou com a triste notícia da morte do papa Bento XVI. Por várias décadas, ele foi o ícone do conservadorismo na Santa Sé, Bento tornou-se a primeira pessoa a abrir mão do Papado em quase seis séculos, admitindo não ter forças para lidar com os escândalos de corrupção e pedofilia em uma instituição cujos dogmas não raramente batem de frente com a modernidade.

No dia 11 de fevereiro de 2013, Bento causou um alvoroço dentro na Igreja Católica quando disse que abandonaria o Pontificado após sete anos e meio por não se considerar mais apto para exercer o cargo. A inesperada renúncia e seu recolhimento ao mosteiro Mater Ecclesiae forçaram a comunidade religiosa a navegar por um mundo com dois Papas com estilos e visões diferentes sobre como a Igreja deve ser conduzida. O economista paraense Mário Ribeiro, estudioso sobre o Vaticano fala um pouco mais sobre a gestão Bento XVI e suas reformas dentro da igreja católica.

Segundo o economista, “falamos muito em reformas, né? Francisco está reformando a igreja. João Paulo segundo está reformando a igreja. Mas muita gente pensa que as reformas elas se manifestam na forma de grandes documentos e grandes reuniões, porém na cabeça de Beto XVI não era isso. A igreja ela está em reforma permanente ela está mudando e mantendo a sua essência. Ele tem uma grande contribuição sobre como a igreja deve fazer teologia quando ele pede que você faça, o chamado método da hermenêutica da continuidade. Ou seja, você lê os textos, você deve ler os textos históricos deve ler o Jesus histórico mas isso precisa ser colocado em prática. Sempre sob uma luz cristã, como se a igreja fosse conduzida pelo Espírito Santo”, afirmou.

O economista acrescenta ainda que Bento XVI acreditava em uma cidade de Deus. “Na cidade de Deus é Deus quem conduz. E ele aparta seus apóstolos, seus padres fazer esse comprometimento com o evangelho de Jesus Cristo e para isso ele dá a eles a graça. Não é que isso seja não seja retirado de nós leigos. Não. Cada um é dado e São Paulo também diz isso com muita clareza, é o espírito que nos toca e agimos de várias maneiras. Bento foi um dos homens mais escarnecidos e injuriados. Eu vejo algumas matérias de jornais e são muitos escândalos. Infelizmente, muitas vezes o sensacionalismo de algumas matérias colocaram o papa como uma pessoa retrógada. E isso não é verdade, ele está absolutamente consciente, sempre foi presente e tem livros dele que fala sobre isso. Ele via a igreja como um Deus presente”, concluiu.

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