Dublê de mãos, de cabelo ou silhueta: conheça um pouco dessa profissão
Sem que possamos imaginar, atores trabalham como dublê de famosos em muitos trabalhos publicitários
Encontramos vez ou outra notícias que mostram artistas sendo substituídos em alguma cena perigosa ou violenta que requer mais segurança ou uma habilidade extra: é a hora do dublê entrar em ação. Porém, essa profissão tem as mais variadas vertentes e algumas pessoas se surpreendem ao descobrir que nem tudo é o que parece.
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A atriz paraense Monique Teles foi por dois anos dublê oficial de Juliana Paes. Na ocasião, com os cabelos mais escuros, ela atuou em diversos comerciais com a atriz. Sua função era substituir a artista em cenas especificas que detalhavam alguma parte física. Por exemplo, em um comercial de acessórios, em que eram apresentadas algumas peças, as mãos e o colo eram de Monique.
“Eu lembro que nessa ocasião estava com a unha vermelha e precisei trocar pelo esmalte nude, que era a cor que Juliana usava, além disso, eu tenho um sinal na ponta do dedo e ela não, ou seja, precisei maquiar”, relembra.
Monique morou por 10 anos no Rio de Janeiro e coleciona dezenas de trabalhos como dublê da atriz, como nos remakes de “Gabriela” e “Dona Flor e Seus Dois Maridos”. Em um desses trabalhos, ela precisou fazer cenas nuas em que aparece apenas a sua silhueta; em outra ocasião, em comercial de shampoo, seu cabelo foi usado substituindo o da atriz.
“Em ‘Tapas e Beijos’, eu fazia parte do núcleo de La Conga e viram logo uma semelhança entre a gente: no manequim, altura e em alguns traços físicos. Isso fez com que as pessoas vissem em mim essa oportunidade”, contou.
Para ser dublê de televisão é necessário especialização e ter DRT como ator ou atriz.
“Era muito importante ter toda essa semelhança, principalmente de medidas físicas, isso ajuda muito na rapidez do trabalho. Quando acabou meu contrato, a Juliana ficou triste porque não renovei, mas já tinha outros projetos profissionais e precisei seguir minha carreira como atriz em outra emissora”, disse ela. A atriz também foi dublê em um comercial de Aline Campos, ex Riscado, gravado em um bar do Rio de Janeiro.
MÃOS
Depois de sair do Big Brother Brasil 21, o público pedia que Gil do Vigor estrelasse a campanha de uma marca que leva o seu nome artístico, e ele virou embaixador do iogurte. Porém, um dos detalhes da produção foi revelado: as mãos usadas na campanha não eram dele.
Veja alguns trabalhos de Eduardo:
Eduardo Domingues foi dublê de Gil do Vigor para a marca, mas ele tem trabalhos com Celso Portiolli e Rubens Barrichello. “É um trabalho que requer muita concentração e coordenação. São detalhes precisos e demandam tempo de 4 horas aproximadamente ou até mais. E seu braço precisa ficar no alto ou de lado, aparecendo às vezes somente o antebraço e no ar, o que faz ter um cansaço conforme o tempo de gravação. Primeiro, quando o famoso grava, ele faz as cenas de falas, quando tem detalhes de corpo, movimentação e até pés são os dublês que entram em ação”, explicou.
Na campanha com o Gil do Vigor, Eduardo dividiu o camarim com o economista e usou a camisa rosa igual à dele.
“Nesse trabalho o objetivo era pegar a calda de chocolate que ficava no fundo do iogurte com uma colher cheia e esteticamente preenchendo toda a colher com a calda à mostra e toda vez abrindo novos iogurtes, fiz de todos os sabores. Também havia uma esteira, onde tinha que pegar o iogurte sem tocar nos outros do lado, por baixo do produto. Além de levar a colher em posição central até a câmera em linha reta, sem balançar muito ou tremer e de maneira centralizada”, contou Eduardo.
Desde 2010 na carreira artística, o ator já trabalhou em comerciais de TV, teve participação em novela, programas, série e simulação. Quando foi dublê de Celso Portiolli, Eduardo batia em uma porta; e de Rubens Barrichello, suas mãos apareciam em um volante de automóvel.
“O que as pessoas não têm ideia também é que comercias de automóveis são gravados em um estúdio com fundo em crohma key e com o dublê fora do carro apenas com as mãos no volante e às vezes precisa apertar um botão já que no banco do passageiro fica a câmera, então é impossível sentar”, explicou Eduardo.
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