Do BBB ao Festival de Gramado, a acriana Gleici Damasceno se firma como atriz

A artista está no elenco de Tarã, série do Disney +, com Xuxa Meneghel, Angélica e Fafá de Belém

Abílio Dantas

As artes cênicas sempre encantaram Gleici Damasceno, desde menina. Quando ela morava no Acre, com a avó, sempre que podia participava de oficinas e andava com “turma do teatro”. Após vencer o Big Brother Brasil, em 2018, e ficar famosa em todo o país, Gleici decidiu investir na carreira de atriz, ingressando em instituições como Escola de Atores Wolf Maya, Célia Helena Centro de Artes e Educação e em oficinas do diretor e preparador de elenco argentino Eduardo Milewicz.

O resultado chegou. Em 2022, o filme acriano Noites Alienígenas foi o grande vencedor do Festival de Gramado, levando seis premiações, incluindo melhor filme. Gleici interpretou a personagem Sandra. A atriz participa também da próxima série da plataforma Disney +, Tarã, que traz no elenco grandes nomes como Xuxa Meneghel, Angélica e Fafá de Belém. Confira a entrevista exclusiva que Gleici concedeu ao Grupo Liberal.

Gleici, na sua carreira como atriz, podemos considerar o ano de 2022 um marco, com o seu papel de protagonista no filme “Noites Alienígenas”, premiado no Festival de Gramado? Como surgiu o convite para o filme?

Com certeza, o filme Noites Alienígenas foi um marco na minha carreira, por ser um filme que representa muito a cultura da Amazônia, do Norte, do Acre, e por falar de coisas que são muito importantes. E, também, por ter sido premiado em Gramado. Isso tudo, com certeza, contribuiu para ser um grande marco e uma grande felicidade minha.

A sua ligação com as Artes Cênicas veio antes da fama, com a aprovação no curso de Artes Cênicas da Universidade Federal do Acre (UFAC)? Como você descobriu sua paixão pela interpretação?

Desde quando eu me entendo por gente que eu gosto de atuação. Eu comecei a fazer teatro em oficinas perto da minha casa, quando eu morava com a minha avó. Então sempre que tinha oficina, que eu sabia que estava rolando algum espetáculo, eu ia, fazia teste, estudava com a galera. Eu sempre tive uma galera do teatro. Aí quando completei o ensino médio, fiz vestibular para o curso de Artes Cênicas na Universidade Federal do Acre, mas não pude cursar porque as aulas só eram à tarde, e eu tinha que estudar.

Você também estará na série Tarã, da plataforma Disney +. Fale um pouco sobre o seu papel e sobre a trama.

A minha personagem é uma guerreira, a guerreira Mayu, a guerreira do fogo. Ela é uma figura bastante simbólica. Ela abre a série e tem uma imagem muito forte dentro da trama. É uma participação, mas é uma participação bastante especial. Foi bem importante fazer esse papel, estar trabalhando com Xuxa, Angélica, essas pessoas que são ícones no nosso país.

Você consegue enxergar algumas características em comum entre suas personagens e você?

Eu consigo sim. Entre e eu e a Sandra, de Noites Alienígenas, eu encontro várias semelhanças. Obviamente, a vida dela é mais complexa por ter sido grávida na adolescência, eu não passei por isso, mas foi bem interessante identificar coisas que passei com a minha mãe, que é também uma mãe solo, que criou três filhos sozinha. E Sandra é uma menina totalmente emponderada, trabalhadora, e é muito sonhadora, característica que é minha também. Eu me identifico com ela.

Como uma vencedora do reality show Big Brother Brasil, você está acompanhado a nova edição? Ao longo dos anos, o que você destacaria no programa e no país; o que mudou?

Eu acompanho sim o Big Brother Brasil, eu amo o programa! Antes de entrar no Big Brother eu não assistia. Mas, depois, eu comecei a acompanhar e é um programa que me diverte bastante quando eu assisto. É um programa de entretenimento com o qual a gente dá uma aliviada nos problemas da cabeça, mas é também uma produção que também abre debates que são superimportantes, e que estão também na ordem do dia. Eu acredito que o programa vem mudando, sim. A última pauta levantada de muita importância e relevância foi a ocorrência de relacionamentos abusivos. Enfim, o programa tem, sim, responsabilidades com o público, e a direção entende que possui responsabilidades sobre como a sociedade brasileira vem se construindo.

Você é nortista, do Estado do Acre. O que você acha que falta para que o povo amazônico esteja mais presente em produções paraenses de grande projeção?

Sou uma artista apaixonada pela minha região. Acho que a gente está construindo um caminho para estar mais inserido em grandes produções, cada vez mais. Acho que o filme Noites Alienígenas é um grande passo para isso, é um grande momento. Como o Norte unido, seremos cada vez mais fortes, e conseguiremos mostrar para o Brasil a nossa cultura, a nossa força e o nosso jeito de fazer bem feito.

Você conhece Belém? Mande um recado ao seu público paraense.

Eu não conheço Belém, mas as melhores pessoas que eu conheci depois do Big Brother são de Belém, são pessoas que eu amo e que admiro muito. A próxima viagem de turismo que eu fizer será para Belém. Tenho muito carinho e quero mandar um grande abraço para todo mundo de Belém que torceu por mim, que torce por mim. Eu tenho muitos seguidores de Belém, que são do Pará. E tenho grandes amigos. É uma cultura que eu respeito e admiro muito.

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