Dia do DJ: Conheça a trajetória de profissionais que agitam as festas em Belém
Seja numa festa de 15 anos ou num grande show de aparelhagem os DJs são essenciais para garantir a animação do público

Os profissionais conhecidos por animar os mais variados tipos de festas são homenageados neste domingo (9), quando se comemora o dia mundial do DJ. A data foi escolhida para celebrar o trabalho dos mestres das mixagens e misturas de sons que encantam o público.
A sigla DJ vem do termo 'Disc Jockey', que surgiu na década de 1930 para descrever os locutores de rádio que tocavam discos de vinil. De lá para cá essa denominação ganhou novos contextos e formatos, que variam conforme a região onde os DJs surgem.
Em Belém, por exemplo, os trabalhos destes profissionais são diversos. Eles podem ser encontrados em festas de 15 anos, projetos de música, shows de aparelhagem, ou até mesmo mencionados em sucessos do brega paraense.
DJ Beto Metralha, possui mais de 30 anos de carreira e começou a tocar aos 14 anos. Suas primeiras experiências foram nas chamadas festas americanas, que eram tradicionais em Belém e consistiam em um encontro de amigos no qual os homens levavam bebidas e as mulheres eram responsáveis pelo alimento da festa. No entanto, a profissionalização só veio em 1998, quando ele passou a tocar nas boates
“Assumimos uma boate na época, fomos subindo e tocando em diversas casas de show famosas da época, como a Espectron, Ritmos, Afrikanbar, entre outras. Depois conheci as aparelhagens e aí já fui para outro segmento, uma paixão que surgiu pelo brega, e foi então que eu saí do house e fui direto pro brega”, conta Beto Metralha.
Atualmente, Beto relata que a cena profissional de DJs em Belém é forte, principalmente para os profissionais de aparelhagem, que segundo ele, receberam mais valorização após a pandemia de covid-19.
“A cena eletrônica, que são os DJs de boate, teve uma perda muito grande, pelo fechamento das casas, que são poucas hoje em dia. Existe uma outra cena que são os DJs de mid back, flashback, que é muito forte, e tem as dos DJs de aparelhagem, que é a que está com mais destaque, principalmente após a pandemia, quando o público sentiu mais a sua falta”, explica o DJ.
O DJ Vitor Pedra é um dos mais reconhecidos no gênero do reggae em Belém. Sua carreira começou em 2002, por meio de rádios comunitárias, onde ele conheceu produtores musicais, além de artistas locais e nacionais. Ao longo do tempo, ele conta que passou por diferentes tecnologias, que foram evoluindo junto com o trabalho do DJ.
“Eu me apaixonei pelo ofício na época do house, quando eu ia na casa dos amigos e via eles fazendo a mixagem de som no vinil. A passagem de som, de um som pra outro, sem parar, e isso me fascinou, na época. Depois começamos a tocar no CDJ, depois toquei no notebook, e também nessa volta agora do vinil, que deixou o nosso ofício mais valorizado, porque a gente precisa pesquisar as pedras, as raridades, e Belém se tornou um celeiro de DJs de reggae, de colecionadores de vinil”, salienta o DJ.
Apesar de ter um público fiel na cidade, Vitor Pedra reconhece que é preciso mais oportunidades para os DJs, que como ele, precisam trabalhar em muitas outras tarefas para obter renda.
“Hoje em dia a cena do reggae em Belém tá difícil, e isso faz a gente expandir para outros segmentos, além de ser DJ de festa, sou também coordenador de projetos de dança de reggae, também fazemos produção musical, participamos de editais de música, enfim não dá para a pessoa ser só DJ, tem que entender de engenharia de som, de edição de vídeo, tem que entender de tudo um pouco”, conclui o paraense.
DJ Dinho certamente é um dos mais famosos do ramo em Belém. Reconhecido em diversos clássicos do brega, inclusive com uma música intitulada ‘Brega do DJ Dinho’, ele acumula 43 anos de experiência que foi trilhada através das diversas eras da profissão em Belém.
“No início em 1980, eu tocava no vinil, depois veio outras coisas para substituir, o CD, o MD, trabalhei com fita de rolo, cartucheira, depois na era do computador trouxeram as músicas compactadas do MP3, e hoje estamos na era das controladoras. Em todas essas transformações eu tive oportunidade de fazer parte, e tive o reconhecimento não só do povo do Pará, mas também de fora”, expressa Dinho
Tendo a música paraense como uma de suas raízes, ele salienta que sempre busca valorizar a cultura por meio de seu trabalho, que leva os sons regionais até para fora do Pará.
“Hoje a gente está ao lado de grandes eventos e estruturas de show, nos chamam pra fazer a parte da música regional, tocando o nosso brega, e quando falo brega me refiro as várias vertentes e eu consigo fazer esse trabalho em diversos lugares, não só na capital, mas também em todos os municípios e até pra fora do estado, aonde eu levo sempre bandeira do nosso brega”, informa o DJ.
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