Corpo da atriz Léa Garcia é velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Léa morreu na madrugada do último dia 15, aos 90 anos, em Gramado, no Rio Grande do Sul, onde seria homenageada no festival de cinema da cidade
O corpo da atriz Léa Garcia está sendo velado neste sábado,19, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em uma cerimônia aberta ao público.
Léa morreu na madrugada do último dia 15, aos 90 anos, em Gramado, no Rio Grande do Sul, onde seria homenageada no festival de cinema da cidade pelo conjunto da obra. “Ela faleceu como ela queria. Dentro de uma suíte”, disse Marcelo Garcia, filho da atriz.
O velório acontece das 10h às 13h no Foyer do teatro. Às 14h, haverá uma cerimônia fechada para familiares e amigos na capela do Cemitério São João Batista, em Botafogo. O sepultamento está marcado para às 15h30.
Léa recebeu a homenagem de amigos e fãs
"A Léa iluminou esse país. Eu tive a felicidade de, no início de carreira, termos uma relação de amizade. Em Cannes, eu tinha acabado de ganhar uma Palma de Ouro, em 1959, e Léa já era Léa Garcia. Ela é a afirmação. Na década de 1940 e 1950 ela já tinha um volume de grandeza, luz e afirmação para a mulher e o negro. Ela conduziu uma estrada de luz e liderança", disse o ator Antônio Pitanga.
VEJA MAIS
O artista ainda falou sobre a importância do trabalho da atriz. "A identidade da mulher negra, artista. A Léa tem esse legado. Eu estava com ela em Gramado. Léa representa a história de vida de uma mulher negra e cidadã brasileira. Os novos atores negros que banham tem que ver o mar revolto que surgiu a Léa navegou", afirmou Pitanga.
Já Déo Garcez, também ator, falou sobre o pioneirismo da artista. “A Léa foi e será pioneira. Lutou na vida pessoal e profissional pela igualdade de condições para, nós atores negros. Ela deixa um legado imenso por fazer parte desse pioneirismo. A gente sabe que o Brasil é preconceituoso e ela abriu portas”, disse o ator Déo Garcez.
Falecimento
Léa morreu de infarto, como informou seu filho e empresário, Marcelo Garcia. Ela chegou a ser encaminhada para o Hospital Arcanjo São Miguel, mas não resistiu e já chegou sem vida ao local. Ela contabilizava mais de 100 produções no currículo, incluindo cinema, teatro e televisão. Ela já conquistou quatro Kikitos, com "Filhas do Vento", "Hoje tem Ragu" e "Acalanto".
A atriz consolidou uma carreira de papéis marcantes em produções como "Selva de Pedra", "Escrava Isaura", "Xica da Silva" e "O Clone". Ela foi peça fundamental na quebra da barreira dos personagens até então destinados a atrizes negras.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA