Circular está de volta neste domingo com edição comemorativa
O projeto completa oito anos, lança aplicativo e oferece 26 espaços para a visitação em três bairros históricos da cidade
A já tradicional programação Circular Campina Cidade Velha está de volta neste domingo (12). Entre as novidades dessa 38ª edição está App Circular Mobile, disponível Play Store, que apresenta os roteiros gastronômicos e culturais existentes nos três bairros históricos da cidade contemplados pelo projeto.
Ao todo, 26 espaços culturais vão estar abertos com programações culturais, sustentáveis, gastronômicas, criativas e visitação nos três bairros: Cidade Velha (15 espaços), Campina (7) e no Reduto (4). As visitações – com limitação e o uso obrigatório de máscara - podem ser feitas das 8h às 20h.
Neste sábado (11) haverá um bate-papo no canal de Youtube do projeto Roteiros Geo Turístico sobre os oito anos do projeto, com a participação das três gestoras, a galerista Makiko Akao; a arquiteta e fotógrafa Tamara Saré; e a jornalista e Mestra em Artes, Adelaide Oliveira. O vídeo poderá ser acessado durante todo este domingo.
Nesta edição, o projeto contempla novos espaços. Um deles é o Do It Coworking, que fica na Rua Avertano Rocha, 192, na Campina. Lá ocorre o encerramento da exposição “Tapetes do Oriente: A magia da arte milenar”. “Foram trazidos à capital paraense mais de 50 tapetes feitos à mão por artesãos de várias regiões do Oriente, incluindo os famosos Tapetes Persa. O projeto da exposição foi idealizado por quatro mulheres empreendedoras na área da cultura”, detalha a proprietária do espaço, Maria Amélia Morgado.
Confira a programação completa da 38ª Edição do Circular Campina Cidade Velha
O projeto Coostafe, primeira cooperativa de mulheres custodiadas do Centro de Reeducação Feminino de Ananindeua, também fará sua estreia no Circular. Das 9h às 18h, estará na Praça do Carmo, com uma feirinha de artesanatos, artigos natalinos, bijuterias e pequenos objetos.
No Rebujo, na Rua São Boaventura, 171, a programação contará com café da manhã, às 8h30, exposição, aula de Yoga, oficinas de pintura botânica minimalista e iniciação ao documentário. À tarde, haverá visita guiada pela galeria, aulão de carimbó, ferinha colaborativa e show dos Sentinelas do Norte.
Entre os espaços que voltam a programação do Circular nesta edição está o Memorial Padre Bruno, com visitação das 9h às 14h, na Rua Municipalidade, 489 esquina da Tv Rui Barbosa, no Reduto.
Exposição
Entre as exposições que podem ser visitadas está “Diário-Tempo”, no Centro Cultural da Justiça Eleitoral do Pará (CCJE). A mostra coletiva conta com trabalhos de 13 artistas dos estados do Pará e da Bahia e faz uma homenagem à Consciência Negra. A visitação poderá ser feita de segunda a sexta, das 9h às 13h.
As obras expostas utilizam as técnicas do desenho, pintura, arte-digital, gravura, escultura e bordado e foram produzidas pelos seguintes artistas: Alexandre Alexandrino (BA), Elton Galdino (PA), Gyselle Kolwalsk (PA), Ione Reis (BA) Itatiane Moraes (PA), Kátia Lima (PA), Lívia Prestes (PA), Maurileno Sanches (PA), Mário Noronha (PA), Mileide Barros (PA), Otávio Castro (PA), Rosângela Colares (PA) e Verônica Limma (PA). A mostra tem curadoria de Glauce Santos e Jean Ribeiro.
Um dos trabalhos que compõem a exposição é o do artista paraense Otávio Castro. São cinco quadros em tamanho 29x21 centímetros produzidos a partir da técnica que utiliza como instrumento a caneta esferográfica azul. “Retratei povos originários do Xingu, da Tribo dos Kamayurá, que vivem no Mato Grosso”, detalhou ele, que fez os desenhos a partir retratos de uma revista.
O casal de artistas Itatiane Morais e Maurileno Sanches participam da mostra com esculturas feitas em madeira e com o chamado “nó” do taperebazeiro (uma espécie de fibra). Uma das peças da artista, feita a partir da fibra, traz um homem de máscara e retrata esse momento de pandemia. “Ela é bem recente foi feita este ano ainda”, contou.
Já as três peças de madeira de Maurileno foram esculpidas em acapu e mostram que a arte pode nascer a partir da demolição. “Para fazê-las, eu reaproveitei os esteios das casas que foram derrubadas na Vila Barca,onde fica nosso ateliê, e que estavam enterradas na lama há mais de 20 anos”, revelou.
Orixás
O “Samba de Zé”e a "Varanda do Axé", da Tenda de Umbanda Ogum Beira Mar e Mamãe Oxum, na Travessa Gurupá, nº 18, entre Dr. Assis e Rua São Boaventura (altos), trazem exposição de graffiti, contação de histórias e música ao vivo. A ideia dos espaços é desmistificar a cultura dos orixás.
“Com a ação, nós que integramos e trabalhamos nessa casa de Umbanda queremos mostrar os aspectos culturais que envolvem o culto religioso, com o objetivo de vencer o preconceito e criar laços com as comunidades criativas da Cidade Velha”, destaca a coordenadora, Sueli Lobato.
A programação começa às 8h e conta ainda com a exposição "Encantamentos marginais: o axé representado no graffiti de Henrique Lima (Osga Mc)". Ainda pela manhã, haverá contação de histórias conduzida pelo coletivo Poame-se, da Terra Firme, que vai apresentar narrativas sobre as Yabás (orixás femininas) Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.
A música ficará por conta dos cantores Geraldo Nogueira e Flávia Hunter cantarão sambas e outros ritmos, além da DJ Jack Sainha e do DJ Azul, que tocará brasilidades, durante a manhã e também de tarde. A programação na tenda encerra às 16h com um cortejo puxado pela bike som La Ludibriosa até o Porto do Sal até o espaço Canto do Zé Petiscaria. Conhecido como “Samba de Zé”.
No espaço, o músico Diogo Rosa vai receber os convidados João da Hora e Marlluce Oliveira, com discotecagem da DJ Jack Sainha. “O Samba de Zé nasceu da tradição de servir feijoada em homenagem ao malandro Zé Pelintra.
Com o aumento dos interessados na mitologia desse guia da Umbanda, devotos passaram a realizar rodas de samba na calçada, atraindo um público maior a cada edição e contando com a participação de músicos e intérpretes renomados de Belém”, explica a coordenadora do projeto, Jessiane Souza.
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