VÍDEO: Ator de 'Marighella' prestigia exibição do filme na UFPA
Luiz Carlos Vasconcelos interpreta o guerrilheiro 'Branco', melhor amigo de Carlos Marighella (Seu Jorge).
O ator paraibano Luiz Carlos Vasconcelos esteve em Belém para prestigiar a exibição gratuita do filme “Marighella”, no auditório no Auditório Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará (UFPA), nesta segunda-feira, 6. Ele interpreta Joaquim Câmara Ferreira, o “Branco”, guerrilheiro e amigo de Carlos Marighella (Seu Jorge) no filme sobre o recorte da vida do líder comunista da resistência armada à ditadura militar no Brasil, entre os anos de 1964 e 1969, quando foi assassinado. A exibição gratuita atraiu a comunidade acadêmica, movimentos sociais e autoridades, incluindo o prefeito Edmilson Rodrigues.
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O elenco do filme foi selecionado com um pedido para enviar um vídeo comentando a situação política do país, segundo Luiz Carlos Vasconcelos contou em entrevista coletiva à imprensa paraense, pouco antes da exibição. “Fiquei sabendo que isso foi perguntado a todos os atores. Aquela ideia de Wagner (Moura, diretor) de que isso não é um filme imparcial (...) eu gravei dois vídeos falando da minha alegria em participar do ‘Marighela’”.
Luiz Carlos destacou a intensa preparação do elenco para a construção dos personagens, trabalho conduzido por Fátima Toledo. “Pra mim, foi como uma terapia, a gente foi vasculhado, revirado (...) entrei num estado de questionar todas as minhas ações. Quando eu vejo o filme, hoje, eu sinto que todos nós, os atores, estamos nesse estágio, todos postos à flor da pele”. Dois anos depois, a amizade que se formou entre os integrantes do longa continua forte: “Ela é sentida, é de verdade, tá além da representação (...) amizade para toda a vida”.
O ator que viveu “Lampião” em “Baile Perfumado” (1996) e o médico em “Carandiru: o filme” (2003) descreve que “Marighella” como um “filme além do conjectura política, uma história de amor”, que tem na relação do protagonista com o filho “Carlinhos” uma relação afetuosa exaltada pelo desempenho emocionante do ator-mirim, como na cena em que a criança fica com os olhos marejados ao testemunhar o pai ser preso dentro do cinema.
O filme é inspirado no livro “Marighella: O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo”, do jornalista Mário Magalhães. “Marighella” estreou mundialmente no Festival de Cinema de Berlim, em 2019, mas somente em outubro chegou aos cinemas de Belém. “Houve uma tentativa de impedimento que o filme estreasse no Brasil, mas eu acho que eles só fizeram colocar o filme no lugar e na hora certa”, destacou. O filme acaba de chegar ao Globoplay e tem previsão de ser exibido na TV Globo, em 2022, no formato de minissérie.
“Marighella” vem sendo massificado em terras quilombolas, acampamentos e outros movimentos sociais. “O que tem acontecido , evidencia o filme como um ato político. Não é mais só um filme estreando, se tem público ou não tem público. Eu estive no lançamento em várias cidades. Em Campina Grande o prefeito proibiu que os cinemas exibissem o ‘Marighella’, e o movimento sem-terra alugou um teatro para a exibição. Virou um bastião de resistência e luta nesse momento”.
A exibição gratuita de “Marighella” foi articulada pela vereadora Lívia Duarte a pedido dos movimentos Sem Terra (MST) e dos Atingidos por Barragens (MAB).
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