Produções de mulheres brasileiras são exibidas em mostra de festival de cinema on-line

De Anna Muylaert a Tata Amaral, mostra "Mulheres do Audiovisual" reúne 25 longas e 13 curtas, entre clássicos e inéditos

Lucas Costa
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Se locais do mainstream como o Oscar e outras grande premiações seguem resistentes a representatividade feminina na sétima arte, elas criam os seus próprios espaços para exibir a arte feita além das perspectivas masculinas. A mostra on-line “Mulheres do Audiovisual”, que reúne 25 longas e 13 curtas de realizadoras brasileiras, já está em cartaz no Inffinito Film Festival (INFF), e segue até o dia 13 de julho.

A lista reúne nomes trabalho de nomes como Anna Muylaert, Rosane Svartman, Tizuka Yamasaki, Sandra Kogut, Mini Kerti, Sabrina Rosa, Flávia Castro, Christiane Jatahy, Adriana L. Dutra, Tata Amaral, entre outras. Os filmes, alguns deles inéditos, representam a presença feminina no audiovisual e provocam a reflexão sobre igualdade de gênero no setor.

image "E Além de Tudo Me Deixou Mudo o Violão", de Anna Muylaert, é um dos títulos inéditos da mostra (Divulgação)

Todos os filmes da “Mostra Mulheres do Audiovisual” poderão ser assistidos pela internet, na plataforma Inff Online (inff.online). Os longas passam em horários marcados, e ficam disponíveis por quatro horas a partir da estreia. Já os curtas poderão ser assistidos a qualquer momento até o final da mostra, no dia 13 de julho.

Além de clássicos dirigidos ou produzidos ou escritos por mulheres, os destaques são os longas inéditos “E Além de Tudo me Deixou Mudo o Violão”, de Anna Muylaert; “Quero Botar Meu Bloco na Rua”, de Adriana L. Dutra; e “Reviver”, de Patricia Niedermeier.

O filme de Muylaert será exibido no dia 1º de julho, às 12h30 e 21h30. O drama “E Além de Tudo me Deixou Mudo o Violão”, traz em sua narrativa Rita (Naomi Silman), uma mulher inglesa de meia idade que não conseguiu se adaptar à vida no Brasil e acabou sucumbindo ao alcoolismo. Sua filha, Erica (Daniela Piepszyk) sofre com a doença da mãe e só encontra um pouco de paz quando se dedica ao estudo de violão. Eric (Marat Descartes), ex-marido de Rita e pai de Erica, é um violonista talentoso, que está tentando recomeçar a vida depois do divórcio.

O filme tem direção de fotografia assinada por Bárbara Alvarez, e traz no elenco alguns nomes da música como André Abujamra e Maurício Pereira.

image Frame do documentário "Quero Botar Meu Bloco na Rua", de Adriana L. Dutra (Divulgação)

O documentário “Quero Botar Meu Bloco na Rua”, de Adriana L. Dutra, também inédito na mostra, será exibido em duas datas: dia 20 de junho, às 12h30 e 21h30; e 3 de julho, às 12h30 e 21h30.

O filme é uma jornada afetiva pela história dos blocos do carnaval de rua carioca, contando a saga desta manifestação popular que ultrapassa os séculos adaptando-se a toda sorte de transformações sociais, políticas, culturais ou econômicas do Brasil.

image Frame de “Reviver”, de Patricia Niedermeier (Divulgação)

Encerrando a lista dos inéditos da mostra, o longa “Reviver”, de Patricia Niedermeier, será exibido no dia 26 de junho, às 12h30 e 21h30. O filme conta a história do escritor Greg, contratado para escrever um roteiro sobre a artista de estilo radical Maria Guaranis, que está desaparecida. Ao longo do processo ele se identifica com a artista e se perde no labirinto da criação.

A “Mostra Mulheres do Audiovisual Brasileiro” tem como objetivo jogar luz nas profissionais do setor, assim como reconhecer seus talentos e ampliar o debate da importância de um espaço igualitário no mercado, como diz a curadora do evento, Adriana L. Dutra, que realiza há 25 anos o Circuito Inffinito de Festivais, junto com as sócias, Cláudia Dutra e Viviane Spinelli.

"Ao longo da história da indústria audiovisual, a mulher por muito tempo não fez parte das funções por trás das câmeras, reflexo de uma sociedade machista que vem sendo questionada e reconstruída. Atualmente, a mulher vem conquistando posições mas sua participação ainda é ínfima. Para se ter uma ideia, no Brasil, segundo a última pesquisa feita pela Ancine em 2016, as mulheres dirigiram apenas 19% dos filmes brasileiros lançados no ano e nenhuma mulher negra assinou a direção de um longa-metragem. Em roteiro as mulheres representam 15% e o maior percentual da participação feminina está na produção executiva com 39%, enquanto em direção de fotografia elas ocupam somente 5% do mercado", diz Adriana.

O INFF - Inffinito Film Festival, que começou no mês passado com a “Mostra Domingos Oliveira”, faz parte do Circuito Inffinito de Festivais, que há 25 anos é pioneiro na realização de mostras internacionais de cinema brasileiro, em cidades como Miami, Nova York, Buenos Aires, Montevidéu, Londres, Barcelona e Canudos, no sertão da Bahia. A programação inclui lives com produtoras, diretoras, roteiristas e atrizes com filmes que compõem a mostra: Thalita Rebouças, Sabrina Rosa, Luana Piovani, Lucy Barreto e Gabriela Amaral Almeida.

Agende-se:

Mostra Mulheres do Audiovisual - Inffinito Festival

“Quero Botar Meu Bloco na Rua” (documentário, 2018)

Dias 20/06 e 3/7, às 12h30 e 21h30;

“E Além de Tudo me Deixou Mudo o Violão” (drama, 2013)

Dia 1º/7, às 12h30 e 21h30;

“Reviver” (ficção, 2018)

Dia 26/6, às 12h30 e 21h30;

“Campo Grande” (drama,2015)

Dia 17/6, às 12h30 e 21h30;

“Muitos Homens num Só” (drama, 2015)

Dia 21/6, às 12h30 e 21h30;

“Diário de uma Busca” (documentário, 2010)

Dia 22/6, às 12h30 e 21h30;

“Mutum” (drama, 2007)

Dia 5/7, às 12h30 e 21h30;

“O Diabo a Quatro” (drama, 2004)

Dia 8/7, às 12h30 e 21h30;

“João, o Maestro” (drama, 2017)

Dia 18/6 e 10/7, às 12h30 e 21h30;

“A Mulher do Meu Marido” (comédia, 2019)

Dia 30/6, às 12h30 e 21h30;

“O Casamento de Romeu e Julieta” (comédia, 2005)

Dia 11/7, às 12h30 e 21h30;

“Dona Flor e Seus Dois Maridos” (comédia, 1976)

Dia 12/7, às 12h30 e 21h30;

“Flores Raras” (drama, 2013)

Dia 4/7, às 12h30 e 21h30;

“Quanto Tempo o Tempo Tem” (documentário, 2016)

Dia 19/6, às 12h30 e 21h30;

“Gaijin II – Ama-me Como Sou” (drama, 2005)

Dia 6/7, às 12h30 e 21h30;

“Como Ser Solteiro” (comédia, 1998)

Dia 2/7, às 12h30 e 21h30;

“Desenrola” (comédia, 2011)

Dias 23/6 e 7/7, às 12h30 e 21h30;

“Vamos Fazer um Brinde” (ficção, 2011)

Dia 24/6, às 12h30 e 21h30;

“Salto no Vazio” (ficção, 2018)

Dia 25/6, às 12h30 e 21h30;

“Semente da Música Brasileira” (documentário, 2018)

Dia 28/6, às 12h30 e 21h30;

“Setenta” (documentário, 2014)

Dia 29/6, às 12h30 e 21h30;

“A Sombra do Pai” (drama, 2018)

Dias 27/6 e 9/7, às 12h30 e 21h30;

“Um Céu de Estrelas” (ficção, 1996)

Dia 13/7, às 12h30 e 21h30;

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Cinema
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