Filme paraense é exibido festival internacional
Produção “Uma Escola no Marajó” apresenta a rotina das crianças de escolas em Curralinho
O filme “Uma Escola no Marajó” fará parte do “Kinoforum, festival internacional de curtas de São Paulo”, que será aberto hoje, 18. Disponível até o dia 28 de agosto, o festival terá programação online e presencial.
Curralinho, na ilha de Marajó, foi o ponto de partida do filme “Uma Escola no Marajó”. Mostrando a rotina do local, o dia a dia do professor Rui, que busca ganhar a atenção das crianças do 3º ano, o filme também mostra a rotina da nova diretora Leidi e do barqueiro escolar Raimundo, que tentam solucionar problemas como a falta de combustível.
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Os dias chuvosos em Curralinho, onde uma comunidade escolar resiste é destaque.
“A ideia inicial do documentário era buscar o que crianças que estudavam em escolas em baixas condições estruturais sonhavam. Meu interesse inicial tinha mais a ver com o inconsciente das crianças. Mas no decorrer de pesquisas e de viagens, teve algo que me incomodou muito: todas as escolas com notas baixas no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) eram do Norte do país e há mais de uma década. Quando percebi isso, busquei entender quais parâmetros eram esses que mediam a educação pelo país e escolhi uma dessas ‘piores escolas’ para filmarmos”, conta Camila Kzan, diretora e roteirista do filme.
A Escola Sítio Porto Alegre foi o local escolhido para a produção. “É lógico que vi a escola sob outras camadas. Vi uma comunidade entusiasmada em ajudar, professor saindo do programa curricular oficial para transmitir um conteúdo regional em sala de aula. O que a gente questiona no filme é que além de falta de condições estruturais e/ou uma nota ruim no Ideb, o que precisa ser discutido é a maneira como a educação na Amazônia é tratada. Somos um povo único, crianças da Amazônia não são como crianças do Sudeste ou Nordeste do Brasil e o sistema de educação precisa ser construído de dentro para fora. E sim, quando falo crianças da Amazônia também não esqueço que a Amazônia é imensa, portanto cada parte dela tem suas singularidades”.
“Uma Escola no Marajó” é uma coprodução entre as produtoras paraenses Pina Filmes e CasaBarco Filmes. Ele estreou na Mostra Tiradentes, em janeiro de 2022. Para Larissa Ribeiro, produtora executiva de “Uma Escola no Marajó”, é importante a participação do filme no festivais para que as questões levantadas nele possam criar reflexões: “Já fomos selecionados por alguns festivais no Brasil e estamos em busca de outros para que possamos levar nosso questionamento ao mundo todo. Agradecemos muito a toda a equipe do filme que entregou seu talento e dedicação e já estamos planejando a sessão que consideramos a mais importante: exibir o filme em Curralinho para a comunidade onde foi gravado”.
A 33ª edição do Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum, tem na sua programação filmes estrelados por Orson Welles, Fanny Ardant, Zélia Duncan, Criolo, Lea Garcia, Denise Fraga, Silvero Pereira, Enrique Diaz, Carol Duarte e Bruna Linzmeyer, além filmes dirigidos pelas atrizes Sabrina Kouroughli, Karine Teles, Helena Ignez, Djin Sganzerla e Georgina Castro. Além disso, ainda terá uma homenagem ao centenário de Pier Paolo Pasolini. Com 218 filmes, representando 41 países, totalmente gratuito.
Agende-se
Kinoforum, festival internacional de curtas de São Paulo
Mostra Brasil 11
Cinesesc - Dia 24 - 18h
Centro Cultural São Paulo - CCSP - Dia 21 - 15h
Sesc Digital - entre os dias 22 e 28.
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