Associação e Netflix disponibilizam recursos para profissionais do audiovisual negros
Fundo de Amparo a Profissionais do Audiovisual Negro (FAPAN) beneficiando 875 profissionais autônomos e 275 representantes legais de empresas vocacionadas
A Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan) em parceria com a Netflix disponibilizará um fundo emergencial de recursos para profissionais negros que trabalham no audiovisual. O Fundo de Amparo a Profissionais do Audiovisual Negro (Fapan) é uma ação promovida pela Apan com intuito de ajudar profissionais LGBTQIA+, negros, mulheres chefes de família e pessoas com deficiência física (PCDs) no mercado audiovisual. A Netflix doará R$3 milhões ao Fapan, beneficiando 875 profissionais autônomos e 275 representantes legais de empresas vocacionais.
O objetivo é diminuir os impactos econômicos causados em razão da pandemia do novo coronavírus. Uma iniciativa que pretende apoiar profissionais e organizações do audiovisual negro e suas permanências no mercado audiovisual, para que assim mais brasileiros possam se ver refletidos na tela. A finalidade do projeto é garantir que os profissionais sanem despesas com necessidades básicas e empresas possam custear despesas com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) durante o processo de retomada de suas atividades.
As inscrições estarão abertas no site da Apan (https://apan.com.br/nossas-acoes-fapan/) a partir deste domingo, dia 21, data em que se comemora o Dia Internacional contra a Discriminação Racial. A ação faz parte de um fundo de 150 milhões de dólares da empresa, que foi administrado em mais de 20 países, criado para a poiar aqueles em maior dificuldade no setor de produção audiovisual em países onde a gigante do streaming tem uma grande base de produção.
O programa também vai contemplar representantes legais de empresas vocacionadas, ou seja, pessoas que administram empresas que contem com 50% ou mais de suas quotas societárias sob titularidade de pessoas negras e/ou indígenas, e apresentem um portfólio com conteúdo audiovisual comprometido com a quebra de estereótipos raciais.
Segundo o presidente da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro, Rodrigo Antonio, destacou a importância da iniciativa. Rodrigo é paraense, formado em História (UFPA) e produção audiovisual (EICTV), e ex-professor da Faculdade de Cinema da UFPA. Ele produziu longas e curtas-metragens de ficção e documentário com carreira e reconhecimento internacional.
“O que estamos passando, hoje, com a pandemia, é muito difícil. E, em momentos como esse, nós, profissionais negros, fazemos o que sempre fizemos: nos reinventamos. Fundos como o FAPAN, apoiados por doações como a da Netflix, como anunciado hoje (dia 16), são importantes para transformar vidas, apoiando tanto o profissional autônomo quanto os produtores negros. Esses produtores encabeçam as chamadas empresas vocacionadas, dedicadas à produção de conteúdo identitário. Entendem a necessidade de uma transformação na cadeia de produção, que passa desde a criação das nossas narrativas até o acesso e inserção dessas histórias nas mais diferentes telas, para que elas possam circular e dialogar com seus espectadores”.
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