Cine Porão estreia em Belém com programação de filmes amazônicos; conheça o espaço

O evento vai ocorrer na Casa Samaúma a partir das 14h com edições de curta e longa-metragem

Amanda Martins

No próximo domingo (02/06), a Casa Samaúma, localizada no bairro da Campina, em Belém, será palco da estreia do Cine Porão, um cineclube voltado à exibição de produções audiovisuais independentes da Amazônia. Além de entreter os espectadores, a iniciativa também vai promover a cultura crítica sobre temas considerados importantes para a sociedade por meio de debates pós-exibição das produções. A programação do evento, que começa às 14h e é gratuita, e, ao mesmo tempo, aberta ao público, tem como intenção estimular o público a conhecer e acessar esses longas e curtas-metragens regionais. Tayana Pinheiro, produtora executiva do curta “Cabana” (2023) vai estar presente para debater sobre as complexidades de fazer uma produção independente.

Veja:

A coordenadora do projeto, Thainá Barral, explicou ao Grupo Liberal que a elaboração da iniciativa foi pensada para estimular o público a conhecer e acessar produções audiovisuais da região Norte do país. Quanto à antecipação para a primeira exibição, as expectativas dela estão altas. 

“Queremos fortalecer a nossa comunidade de realizadores audiovisuais locais, além de abrir a Casa Samaúma mais uma vez para nossos vizinhos e públicos que podem esperar um ambiente mais aconchegante e com equipamentos novos graças ao apoio pelo edital”, afirmou a coordenadora. 

Além do longa “Noites Alienígenas” (2022), que aborda a ancestralidade dos povos tradicionais em meio à violência urbana, outros filmes serão exibidos. "Outro longa com cerca de 50 minutos é o '7 Palmas da Liberdade', que traz relatos de povos tradicionais da região do Alto Acará, no Pará e aborda o racismo ambiental que as comunidades locais sofrem há mais de quatro décadas", acrescentou Tainá. 

A organizadora também mencionou o curta "Cabanas", produzido e dirigido por mulheres, que fala sobre o período da Cabanagem, já premiado com o Grande Otelo este ano e como melhor curta no Festival do Rio em 2023. Outro destaque é o curta "Uma Dança com Saudade", que reúne as memórias afetivas de frequentadores e DJs que curtem o estilo musical "saudade", conhecido nas periferias de Belém.

Segundo Tainá, a  ideia dos debates pós-filme foi pensada para promover um momento de troca entre produtores e público. "Quais foram os passos dados para a ideia sair do papel e ir para as telas? Existem processos, recursos de diferentes formas que podemos alcançar para realizar nossas produções. A proposta é sair da sessão com mais vontade de produzir nossos filmes, com contatos e possíveis possibilidades de redes e com sede de conhecer mais das histórias da Amazônia e colocar nossas narrativas para jogo", explicou a organizadora do evento.

Tainá destacou a relevância de abrir oportunidades para produções audiovisuais independentes. "É muito importante, pois estamos constantemente disputando espaços com a grande mídia, os streams, as grandes salas de cinema, e existem várias produções audiovisuais que precisam chegar em mais espectadores”, declarou.

Para a organizadora, o cinema é uma ferramenta de transformação social, que por meio da arte muda perspectivas. Para equilibrar entretenimento e discussões relevantes, o Cine Porão planejou a exibição dos dois longas, seguida de uma pausa e depois uma sessão apenas com os curtas, abrindo para uma roda de conversa com mediação. "Além disso, teremos pipoca, que não pode faltar para assistir aos filmes", acrescentou Tainá.

Os principais temas debatidos durante as exibições incluirão narrativas que vão além do entretenimento, abordando temas como meio ambiente, negritude, feminismo, cultura, ancestralidade e Comunidade LGBTQIAPN+.

“Falaremos das narrativas da Amazônia através dos filmes, questões como a guerras drogas com protagonistas de negros e indígenas, o racismo ambiental em comunidades ribeirinhas no Pará. O protagonismo da mulher no cinema e na história, e a cultura do brega, a acessibilidade no audiovisual serão alguns dos temas colocados na roda de conversa”, acrescentou a organizadora. 

O Projeto apoiado pela Lei Paulo Gustavo de fomento ao cineclubismo, no edital 005/2023. É uma iniciativa conjunta da Casa Cultural Samaúma, um casarão antigo que abriga as seguintes iniciativas: Negritar Filmes e Produções, Na Cuia, Maré Cheia, Viela Norte e Beleza Negra. É um espaço coletivo de fomento à cultura localizado no casarão da Campos Sales, no bairro da Campina. Cada empreendimento com seus próprios serviços: tranças, tatuagem, moda, música, cinema e comunicação popular, juntos fortalecem suas conexões na cena cultural, abrindo a casa para receber o público e vizinhos com produções culturais e com formações educativas, que estimulam o olhar para a criação de uma nova realidade cultural, econômica e identitário-amazônida de forma colaborativa e sustentável.

SERVIÇO:

1ª exibição do Cine Porão Casa Samaúma

  • Data: domingo, 2 de junho;
  • Horário: a partir das 14h;
  • Onde: na Casa Samaúma, localizada no bairro da Campina, em Belém;
  • Entrada gratuita. 
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Cultura
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