Violonista vigiense Nonato Leal recebe título de Doutor Honoris Causa no Amapá
Trajetória do músico, compositor e professor é reconhecida com título na UNIFAP.
Nesta quarta-feira (25), o músico, compositor, professor de cordas Vigiense, no Pará, Raimundo Nonato Barros Leal, conhecido artisticamente como Nonato Leal, recebe o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Amapá.
A cerimônia ocorre na biblioteca central, no campus Marco Zero do Equador, em Macapá (AP).
O título Doutor Honoris Causa é atribuído a pessoas famosas, de projeção nacional ou internacional, que tenham contribuído de maneira notável para o progresso das Ciências, Artes ou da Cultura.
Nonato Leal considerado uma das principais virtuoses do violão amazônico, alcançou renome nacional, tendo contribuído significativamente para o avanço da música, educação e cultura no Estado do Amapá.
O artista nasceu na cidade de Vigia de Nazaré, onde iniciou sua trajetória musical. Após experimentar alguns instrumentos, aos 18 anos ele conheceu o violão, que se tornou a sua grande paixão.
No meio musical, Nonato participou do conjunto vocal Soberanos do Ritmo, com o qual foi ao Rio de Janeiro e participou do programa “Papel Carbono”, da Rádio Nacional, apresentado por Renato Murse.
Em março de 1952, desembarcou na Doca da Fortaleza de Macapá.
Sua chegada marcou uma página inaugural na música instrumental da região, momento em que sua figura icônica e precursora representaria os primeiros passos do violão no Amapá.
Nonato acompanhou grandes artistas da música popular brasileira, como Ângela Maria, Carmem Costa, Carlos Galhardo, João do Vale, Waldick Soriano, Miltinho, Luiz Gonzaga, Agnaldo Rayol, além de renomados músicos da região amazônica, como Nilson Chaves, o violonista Sebastião Tapajós, Trio Muiraquitã, Walter Bandeira, Lucinha Bastos, Patrícia Bastos, e outros.
Na “Era de Ouro do Rádio”, trabalhou em programas de calouros da Rádio Difusora de Macapá (RDM): “O Clube do Guri” e “Escadinha de Valores”. Em 1958, apresenta-se nas rádios Dragão do Mar, Verdes Mares e Uirapuru, no Estado do Ceará.
Ele também gravou dois compact disc: “Lamento Beduíno” (1997), e “Coração Popular” (produção independente, 2000). Ambos sob a direção de Manoel Cordeiro.
Em 2019, a Prefeitura Municipal de Macapá lançou a coletânea “Mestres da Música” e, nesta obra, foram publicadas 11 partituras do professor Nonato Leal. Ainda em dezembro de 2024, está previsto o lançamento de sua biografia escrita por Vinicius Leal e Patrícia Andrade.
Através dos acordes de Nonato Leal, a música instrumental amapaense e brasileira ganharam projeção e notoriedade, sendo elevadas a patamares superiores. Autor de 22 composições adaptadas para violão solo, o “mestre das cordas” emprestou seu nome para a única orquestra de violões do Amapá, a Orquestra Nonato Leal.
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