'Nunca falei que a santa era LGBT', diz padre Julio Lancelloti depois de sofrer 'massacre' nas redes

A participação de Lancellotti na obra chamou a atenção da Arquidiocese de São Paulo, que na semana passada emitiu uma nota criticando o projeto

Bruna Lima
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O padre Julio Lancellotti vem sofrendo ataques nas redes sociais desde que a participação como narrador no curta-metragem "São Marino" foi tornada pública. Embora a produção trate santa Marina como uma figura LGBTQIA+, o pároco destaca que essa leitura não é compartilhada por ele.

"Nunca falei que a santa era LGBT", diz à reportagem. "A minha narração é a narração oficial da história da santa Marina", continua.

A participação de Lancellotti na obra chamou a atenção da Arquidiocese de São Paulo, que na semana passada emitiu uma nota criticando o projeto.

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Segundo a circunscrição eclesiástica, santa Marina era uma jovem órfã de mãe que, para continuar a viver com o pai, decidiu ingressar em um mosteiro disfarçada de monge. O segredo em torno de seu gênero, afirma a arquidiocese, só foi descoberto após a sua morte.

Como mostrou a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, o curta "São Marino" abordará discussões contemporâneas ao revisitar a história de Marino sob a ótica de uma pessoa transgênero.

"O documentário que vai fazer as suas interpretações, que não são minhas. O que eu relato é a vida oficial dela. De que ela, sendo uma mulher, assumiu a identidade masculina para ser monge, entrou como Marino no mosteiro e só depois de morta foi reconhecida mulher", afirma Julio Lancellotti.

"Eu não falei nada diferente disso [da história relatada pela Igreja Católica. O que fica sendo veiculado é que 'padre narra história de santa trans'. No tempo dela não existia essa nomenclatura e é difícil aplicá-la hoje. Existe um fato concreto, que é relido por determinados grupos", segue.

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