Letícia Lima desnuda a alma e entrega segredos
Considerada a neta mais feia pela avó, a atriz que dá vida a Estela na trama das 21h, fala sobre dificuldades, depressão e feminismo
Letícia Lima tinha um prazo na vida: 29 anos, a idade que decidiu ser o limite para se tornar uma atriz bem-sucedida. A ideia era viver só da atuação, sem precisar fazer qualquer tipo de bico, que foram muitos, de animadora de festas a vendedora de loja. O deadline foi cumprido à risca e hoje, aos 35 anos, Letícia, um dos nomes mais conhecidos do humor do Porta dos Fundos, dá vida a Estela, uma piloto de avião que tem uma paixão pouco saudável por Raul (Murilo Benício) em Amor de Mãe. “Se não rolasse, ia fazer arquitetura. Ainda bem que rolou”, brinca.
Com o sucesso, veio também a estabilidade financeira. Letícia ainda não conseguiu dar a tão sonhada casa própria, que deve vir este ano, para a mãe, Filomena, mas pode pagar um plano de saúde bom para a cozinheira de 56 anos. “No Brasil é privilégio”, assume a atriz, enfatizando outra conquista, o equilíbrio emocional. “Veio com a carreira, foi um combo, encaixou tudo”, explica.
Mas nem sempre foi assim. Chamada de “neta mais feia” pela avó, cresceu achando que não era bonita e levou anos até saber lidar com a insegurança com a aparência, chegando a ter dúvidas se poderia mesmo ser atriz, uma profissão que ela acreditava ser de "gente bonita". O trauma da infância foi e ainda é superado com terapia, que ajuda Letícia a também lidar com a depressão. Diagnosticada com a doença, ela define suas crises como "um grande vazio". “Sem motivo nenhum, ela (a depressão) só aparece. Um dia, de manhã, você acorda e fala: porra, sério?”, explicando que, sempre que pode, fala sobre o assunto.
Nas redes, os fãs se identificam com as posições de Letícia e, alguns, ainda shippam o casal que ela formou com a cantora Ana Carolina, com quem ficou por quatro anos. A atriz afirma estar solteira e diz que o que o atrai em uma pessoa é o intelecto, não importando o sexo. "A Ana foi, realmente, a primeira mulher por quem eu me apaixonei. A primeira tudo", conta Letícia, que foi casada com o humorista Ian SBF, e não gosta de se autorotular. "Bi, se eu tiver que me enquadrar (em uma definição)", diz, mas avisa: "Eu me considero livre".
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